GABRIELA RECCO
No dia 15 de junho o fumacense Célio Teixeira, de 56 anos de idade, começou a sentir as primeiras dores no corpo, seguido de uma tosse seca. Motorista da Secretaria de Saúde, ele conseguiu trabalhar o dia todo naquela data. No dia seguinte, se apresentou, mas já não tinha mais condições de exercer a função.
“Senti praticamente todos os sintomas, desde dor do corpo, na cabeça, tosse seca, calafrios e febre de 39ºC. Fiz o exame do Coronavírus e deu negativo. Fiquei uma semana de atestado, e no dia 23 comecei a sentir falta de ar. Precisei ir para o hospital para fazer Raio-X e logo uma tomografia, pois meu pulmão já apresentava manchas”, relembra.
Depois do primeiro atendimento no Hospital São Roque, ele precisou ser encaminhado de ambulância para Criciúma. “Nesse momento eu já estava recebendo oxigênio. Era muita falta de ar. Assim que o médico viu a tomografia identificou que era Coronavírus e mandou internar”, conta.
Ele ainda conta que chegou a passar três dias e noites sem dormir, pois sentia muita falta de ar. “Os outros sintomas passaram, mas a falta de ar piorou. Tive medo de morrer, pois comecei a ver que não conseguiria dar a volta. Apesar da minha profissão, sempre dirigindo na estrada, com neblina, madrugadas, enfim, mesmo assim, nunca tive medo de morrer. Mas graças a Deus consegui superar”, coloca.
Ele foi liberado apenas no dia 2 de julho, para cumprir o isolamento domiciliar de 14 dias que termina na próxima quarta-feira (15). Durante o tratamento, os médicos relataram a possibilidade de utilização da cloroquina. “Dois médicos falaram comigo, e explicaram o protocolo. Um era contra o uso, o outro a favor. Eu teria que assinar um termo de responsabilidade, porque o medicamento tem efeitos colaterais. Mas nunca apareceram com o papel, e, também, não assinaria”, explica o fumacense.
Célio faz um agradecimento especial aos enfermeiros, médicos e toda a equipe do Hospital São José pelo tratamento “muito profissional”. Ao mesmo tempo, faz um apelo a população.
“Vamos ter consciência. Que se leve a sério essa doença, independente do que as vezes circula em mídias sociais. Quem puder, fique em casa. Use máscara, luvas, não cumprimente ninguém, evite aglomerações. Nós estamos na linha de frente, trabalhando com pessoas, e temos que continuar. Mas quem puder se proteja”, finaliza.