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Síndrome de Down: superando os desafios com muito amor

Síndrome de Down: superando os desafios com muito amor
Por Angela Barbara Pereira

“Eu sou muito feliz de ter o Léo. Foi o melhor presente que recebi na minha vida”. Essa afirmação e ao mesmo tempo uma declaração de amor ao filho Leonardo Machado Bertan, que nasceu com síndrome de Down, é da mãe, Rosilda Machado.

O dia 21 de março marca o Dia Internacional da Síndrome de Down, uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia). Por isso a escolha desta data em alusão ao tema (21/03).

Com 15 anos de idade, Leonardo é o filho caçula do casal Volnei Bertan e Rosilda. Durante a gravidez ela conta que tudo foi muito tranquilo e parecido com as gestações anteriores. “Eu tive dois filhos antes do Léo. Juliano, o mais velho, hoje com 33 anos, e Júlio César, com 27. Não tive problema algum durante a gravidez do Léo, foi tudo muito normal. Nunca passou pela minha cabeça que eu teria um filho especial, nunca nem imaginei”.

O nascimento

A notícia de que o filho nasceu com Síndrome de Down foi uma surpresa. “Na hora que o médico me falou foi um choque, não vou dizer que foi fácil, ninguém vai aceitar calmamente. Você sai de casa para ir para o hospital ganhar um filho, você espera só notícias boas”.

O choque inicial rapidamente se transformou em amor sem medidas. “Para mim ele era perfeito, um menino lindo, que estava em meus braços, eu nunca tinha visto um recém-nascido Down. Conhecia crianças, sempre as achava lindas e não tinha como ser diferente. O Léo é muito amado”, conta a mãe.

A Síndrome de Down não é uma doença, trata-se de uma condição da pessoa associada a algumas questões para as quais os pais devem estar alertas desde o nascimento da criança. No caso do Leonardo, os pais sempre estiveram atentos. “Ele tem facilidade de pegar uma gripe, uma vez ou outra tem pneumonia, então a gente fica sempre de olho. A imunidade dele é mais baixa do que os meus outros filhos, além disso, o Léo tem escoliose, então nós fazemos um acompanhamento, com visitas regulares ao médico”.

Educação Inclusiva

Apesar das pessoas com Síndrome de Down terem uma imunidade mais frágil, elas têm muito mais em comum com o resto da população do que diferenças. Elas são capazes de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. Podem sim, ler e escrever, ir à escola como qualquer outra criança e levar uma vida normal.

“O Léo adora ir para a escola e tem muitos amigos. É bem recebido, nunca tivemos nenhum problema. Ele se dá muito bem com os professores e quando chega as férias não é fácil fazer ele entender que não tem aula”. Leonardo estuda na escola Estadual Princesa Isabel e está no 9° ano.

Família

Em casa a convivência também é a melhor possível. “Ele é um menino muito amável, parceiro, educado, somos muito gratos por tê-lo em nossas vidas. A cada dia que passa esse amor cresce ainda mais. É o meu melhor presente de aniversário”, comemora a mãe que hoje completa mais um ano de idade.

Entre os passatempos prediletos de Leo estão os desenhos animados e na comida preferida, não pode faltar carne, nem feijão. “Se deixar fica o dia todo na televisão vendo desenhos, ele adora. Quando se fala em prato preferido não tem um específico, come muito bem. Agora se não tiver feijão e carne aí teremos problemas. E ele adora pastel de carne. Se passar em frente a um boteco ele quer pastel de carne”.

Preconceito

De acordo com Rosilda, em relação aos obstáculos ou preconceitos, até o momento, tudo foi superado com muita tranquilidade. “Obstáculos a gente enfrenta sempre, faz parte do dia a dia de qualquer pessoa. Sobre preconceito, não senti isso. Se alguma criança não brinca ou conversa com o Léo eu não creio que seja preconceito, mas sim que não sabe lidar com o diferente. Nem é culpa da criança. Na família todos o tratam muito bem”, esclarece.

O universo de quem nasce e de quem convive com a Síndrome de Down muitas vezes é permeado de dúvidas, mas é sempre repleto de muito amor e muita disposição para enfrentar os desafios. “Não existem palavras para explicar o nosso amor pelo Léo, pois ele preenche a nossa vida. O carinho dele com a gente, a educação é tudo muito carinhoso. Ele é uma criança especial em todos os sentidos”, finaliza Rosilda.

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