SAMUEL WOYCIEKOWSKI / CMMF

A manobra Heimlich é uma técnica utilizada para desobstrução das via aéreas em casos de engasgamentos, muito comum com crianças recém nascidas.

Os vereadores de Morro da Fumaça aprovaram por unanimidade Projeto de Lei nº 75/2021 de autoria do vereador Ricardo Pacagnan da Rocha (PP) que dispõe sobre a inclusão do curso de manobras Heimlich, no âmbito do município de Morro da Fumaça. O texto do projeto afirma que a implementação do curso é de caráter obrigatório, pois trata-se de um importante método pré-hospitalar de desobstrução das vias aéreas superiores, por corpo estranho.

O vereador Pacagnan que já prestou serviços no Serviço de Emergência, presenciou diversos casos onde crianças ficaram engasgadas e que as mães não souberam realizar o procedimento. “A obstrução das vias aéreas por corpos estranhos (ovace) é muito comum nos atendimentos dos serviços de emergência e urgência. Já foi provado que nenhuma ambulância consegue chegar a tempo em menos de cinco minutos, a não ser que seja ao lado Central de Emegência, para salvar a vida de uma criança que pode engastar até mesmo durante a amamentação. Henry Heimlich foi o médico que inventou a manobra que já salvou milhares de vidas”, explicou o vereador.

O artigo 2º do Projeto de Lei aprovado afirma que o referido curso deverá ser ministrado durante o período de Pré-Natal às gestantes, por equipes interdisciplinares de saúde, ou através de profissionais ou empresas especializadas, bem como entidades públicas ou privadas, tais como: clínicas, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Corpo de Bombeiros entre outros órgãos relacionados à saúde.

As instituições de saúde pública e privada, sediadas em Morro da Fumaça, terão o prazo máximo de noventa dias, a contar da publicação da Lei, para implementar o curso de manobras Heimlich. Já o conteúdo do curso e a carga horária mínima, serão estabelecidos por ato próprio, a ser editado pela Secretaria Municipal de Saúde. “Agraço aos colegas vereadores pela aprovação, tenho certeza que essa lei irá ajudar muitas vidas nos próximos anos assim que for colocada em prática, após a sanção do Prefeito Municipal”, disse o vereador Pacagnan.

15 crianças morrem por dia engasgadas no Brasil

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBPA), 15 bebês morrem por dia em consequência deste tipo de acidente doméstico.

A sufocação ou engasgamento ocupa o terceiro lugar no ranking de mortes de crianças vítimas de acidentes no Brasil e representa a primeira causa em situações de crianças com até um ano de idade.

De acordo com dados da ONG, todos os anos no Brasil, mais de 700 crianças morrem vítimas de sufocações ou engasgamento.

Cuidados simples que devem ser adotados durante e após a amamentação, diminuirão ou eliminarão drasticamente estas ocorrências.

Primeiramente a mamãe deve estar confortavelmente sentada em uma cadeira ou poltrona, apoiar muito bem a criança de forma que sua cabecinha fique com uma leve elevação e bem firme e estável para que a mamada seja bem tranquila para ambos e ter certeza que a criança possa respirar sem dificuldade pois há casos em que a mamãe relaxa e acaba apertando a cabecinha do bebê contra a mama.

Dicas para prevenção contra sufocação e engasgamento

• Inspecione regularmente os brinquedos à procura de danos que podem resultar em algum acidente enquanto a criança os manuseia. Observe se alguma parte pequena pode se soltar, se existem pontas afiadas ou arestas;
• Corte os alimentos em pedaços bem pequenos na hora de alimentar a criança;
• Não dê alimentos redondos e duros, como uvas, pipoca, cenoura crua e nozes para crianças;
• Ao escolher os brinquedos para uma criança, considere sua idade, interesse e nível de habilidade. Siga as recomendações do fabricante e procure brinquedos com selo do Inmetro;
• Seja especialmente cuidadoso se você mudar sua rotina para deixar as crianças na creche ou escola. Peça para te avisarem caso seu filho não chegue ao local após alguns minutos do horário que você costuma deixá-lo;
• Nunca deixe que as crianças brinquem em parquinhos usando colares, bolsas ou roupas com cordões.

Colaboração: Sociedade Brasileira de Pediatria (https://www.sbp.com.br)