ASSESSORIA UNESC
Estação mais quente do ano exige atenção redobrada.
O verão está chegando e com ele muita praia, seguida de banhos de mar, sol, festas ao ar livre e tudo mais que o calor proporciona. Mas nunca é demais lembrar que é preciso tomar diversos cuidados para evitar problemas que podem fazer com que se perca o que a estação mais quente do ano tem de melhor a oferecer.
O primeiro deles, citado pelo médico dermatologista e professor da Unesc, Luis Blanco, é a desidratação. Ele explica que a exposição a temperaturas elevadas, o que deve ocorrer com mais frequência entre janeiro a março, eleva o processo de desidratação e a reposição hídrica é necessária.
Outro fato que ele esclarece está relacionado à absorção da vitamina D pela pele. Como fazer isso sem se prejudicar? “A melhor absorção é justamente no horário temperaturas mais intensas, ou seja, das 10h às 16h. Tem-se uma ideia que se expondo de cinco a 12 minutos por dia já é suficiente. Tecnicamente, se diz que a irradiação de ultravioleta B é das 10h às 16h, mas quanto mais quente for o dia, pior é o dano”, cita.
O profissional diz que as temperaturas entre 20ºC e 30ºC desencadeiam um dano menor que aquelas acima dos 30ºC. “O mesmo horário com temperaturas menores tem, consequentemente, impacto menor que os dias de temperatura mais elevadas. A vitamina D é melhor absorvida ao meio dia, mas recomenda-se poucos minutos de irradiação mais forte, mudando as áreas do corpo. A pessoa pode expor os braços, depois o dorso, as pernas, não necessário todos os dias”, afirma.
Protetor solar
Blanco fala ainda que todos os protetores solares são bons, porém é preciso ficar atento à irritabilidade da pele. “Também existem peles mais oleosas que precisam de protetor em forma de loção para evitar acnes ou irritação, isso seria, geralmente, específico para o rosto e, eventualmente, o couro cabeludo, onde o filtro solar pode gerar desconforto”, relata o dermatologista, acrescentando que as crianças devem usar uma linha especial de protetor solar.
Com relação ao fator do produto, ele relata que o 30 já é suficiente para proteger a pele, desde que seja usado na quantidade adequada. “Na prática, a maioria das pessoas usam em quantidade bem menor que o indicado pelo laboratório, logo aqueles com 50 ou mais, têm uma resposta superior em virtude da quantidade usada sobre a pele. Então é falso que os protetores com fator de 50 ou mais não seriam necessários. Eles são ótimos para pessoas que usam pouco e também para aquelas que transpiram, entram no mar, em rios e piscinas, que acabam retirando o protetor e têm dificuldade para repor”, completa.
Mesmo utilizando protetores, não é recomendado se expor ao sol em dias com temperaturas acima dos 34ºC. A temperatura ideal da pele é entre os 20ºC e 25ºC e algumas doenças podem ser agravadas com a exposição ao sol. “O lúpus é uma delas. Trata-se de uma doença inflamatória, não só na pele, mas também em órgãos internos. Sem contar as queimaduras solares, principalmente em pessoas que ficam expostas ao sol por mais tempo que o previsto sem proteção”, alerta.
Doenças e cuidados
Além do cuidado com a hidratação e com as queimaduras, é preciso voltar atenção para algumas doenças, mais comuns na estação mais quente do ano. A primeira comentada por Blanco são as micoses, ocasionadas por fungos, que agem mais do verão. “Elas ocorrem com mais frequência em regiões quentes e úmidas como virilha e pés porque as pessoas se expõem mais à água e pela alta temperatura. Para evita-los é necessário secar muito bem essas partes”, menciona.
Outro problema são as infecções bacterianas, pois as bactérias também “gostam mais desta época do ano”. “As pessoas se expõem mais e podem ter traumas mais frequentes, o que favorece as infecções secundárias, o famoso impetigo. Para evitar, é necessário o cuidado logo após o trauma. Também há problemas com picadas de insetos e outros animais, pois as pessoas fazem mais trilhas, eventos na natureza, e estão sujeitas a picadas de abelhas, mosquitos, formigas”, relata.
Quem gosta de ficar por muito tempo submerso no mar, rios ou piscinas, precisa ficar ciente de que a pele irá ressecar, então é fundamental fazer uma hidratação após o banho. “As recomendações são o banho, a hidratação, o uso de repelentes de insetos e a limpeza de machucados para evitar infecções. Em caso de queimaduras solares, é preciso reduzir a temperatura da pele com água fria e produtos para acalmar a pele”, orienta.
Para aqueles que porventura tiverem contato com águas vivas, o professor sugere lavar o local com a própria água do mar para reduzir o impacto das substâncias que levam à toxicidade da pele. “A água do mar reduz o dano e pode ser seguida do uso do vinagre”, sugere.