As especulações sobre candidaturas próprias na maioria dos partidos de Morro da Fumaça tem duas leituras. A primeira é que partido algum deve sair jogando por baixo. Quem começa de olho apenas na lista das eleições proporcionais (vereadores), fatalmente acabará diminuído. É como aquele time que entra para empatar o jogo. O seu subconsciente estará preparado para a derrota.
Outro aspecto é quase o inverso disso. Se de fato a oposição de Noi Coral (PP) pensa em disputar a eleição fatiada, torna ainda mais fácil o jogo para o atual prefeito. Isso é regra em praticamente todas as eleições e não será em Morro da Fumaça. Por isso, e porque está em jogo uma futura eleição da Cermoful, custo a crer em mais de duas candidaturas. Uma terceira só ocorre se o ímpeto bolsonarista levar alguém a apostar em uma nova eleição surpreendente.
Algo que me intriga
Depois das últimas eleições na Cermoful um fato me intriga. E insisto, com o olhar de que vê a lógica dos processos eleitorais sem necessariamente se ater às peculiaridades paroquianas. O grupo vinculado ao MDB há muito mantém o controle sobre a cooperativa. Por isso pergunto: será que o susto do último pleito não será motivo para que a oposição na prefeitura faça algumas concessões para o grupo progressista que ganhou o governo? Afinal, o que é mais importante, prefeitura ou cooperativa?
… e emendo
Seguindo no raciocínio da nota acima me atrevo a dizer que no caso das duas eleições – prefeitura e cooperativa – ainda não é tempo de o grupo do MDB ficar sem nenhuma. O próprio prefeito já deu alguma mostra de que entende assim quando recentemente teria dito a alguns, que se não disputar a prefeitura disputa a cooperativa.
Cooperativa
Outra coisa que se pode dizer sobre a eleição da cooperativa é que aquele cenário do “susto”, nas eleições passadas, já não serve mais à realidade. O cenário da cooperativa naquele tempo era um, hoje é outro e até a eleição em 2021 será diferente.
Traição
Já houve um dia em que a ala emedebista tinha prefeitura e cooperativa, tudo ao mesmo tempo. Isso é coisa do passado para o MDB e me parece ainda futuro distante para o PP ou o grupo de Noi Coral. Não se pode desconsiderar que a cooperativa tem raízes ainda mais profundas e ligadas ao MDB.
Devolução da Câmara
Os números da devolução das chamadas “sobras” da Câmara de Vereadores de Morro da Fumaça não são trunfo pessoal do presidente Tiago Minatto (MDB), mas também uma espécie de recado de que a nova política está em siglas tradicionais. Foi-se o tempo em que o eleitor fechava os olhos para os gastos públicos e quando raspar o caixa era uma espécie de retaliação aos adversários. O dinheiro é do povo e administrá-lo como arma política provoca tiro pela culatra. Na semana passada a coluna fez referência aos valores que a Câmara vem devolvendo.