Morro da Fumaça está prestes a ver o mesmo filme com os papéis invertidos. Me refiro a relação que têm as eleições de prefeito e presidente da Cermoful. Quando o MDB dominava os dois a oposição liderada pelo PP reclamava a centralização do poder. Os tempos são outros e o partido do prefeito Noi Coral vislumbra a possibilidade de repetir o que o MDB fazia nos velhos tempos, comandar os dois.
Desta vez o discurso deve se inverter. É natural e flagrante que o prefeito Noi Coral trabalha uma chapa para disputar a eleição do Conselho de Administração, que ocorre no ano que vem. Por enquanto só faz o aquecimento com os mesmos nomes na disputa do Conselho Fiscal, que tem eleição em março deste ano.
Indicativo
A atual “situação” do Conselho Fiscal, que é “oposição” ao Conselho de Administração se apresenta com o argumento de que a cooperativa só se reestruturou quando a fiscalização foi de oposição e a direção descolou de quem está no governo do município. Assim, lê-se na lógica do cenário que não será tão simples a missão do PP em tentar ser o MDB do passado comandando prefeitura e cooperativa.
Tá na mira
Não foi somente a deputada federal Geovânia de Sá, presidente estadual do PSDB, que procurou recentemente o empresário Caio Pellegrin para ser candidato a prefeito. Ao menos duas lideranças do MDB, históricos adversários de Pellegrin, que foi filiado ao PP, tiveram a mesma conversa.
Efeito 45
O esforço do PSDB em encontrar candidato a prefeito em Morro da Fumaça se repete em todas as demais cidades. A razão vai além do interesse da deputada Geovânia de Sá em mostrar toda a sua força no Sul do Estado. O partido terá propaganda de televisão em Criciúma, onde o número 45 ganha visibilidade. Este efeito pode ajudar nas demais cidades da região.
A mesma reação
A oposição aposta todas as suas fichas em encontrar alguém que faz, ou fez, parte do círculo de envolvimento do prefeito Noi Coral para disputar a eleição contra ele neste ano. É nítido. Acusa, ao mesmo tempo, que não tem nome a altura neste momento para colocar à disposição. É como diz o ditado, “uma faca de dois gumes”. Tenta expor um “racha” na situação, mas demonstra “fraqueza” dentro de casa.
É da cena atual
Mas não é difícil interpretar o cenário de Morro da Fumaça, pois em outras cidades da região a busca por um perfil novo também é prioridade. O certo é que partidos tradicionais só terão alguma chance se apresentarem um candidato com o perfil do que indica ser o novo na política. Havemos de lembrar que a primeira cidade da região a trazer este indicativo foi justamente Morro da Fumaça com a eleição de Noi Coral, antes mesmo daquele tsunami visto nas eleições do Estado, por exemplo, em 2018.
Fiscalizando a Câmara
O Observatório Social de Morro da Fumaça segue levantando dados. O último deles, relacionado a Câmara de Vereadores, aponta os gastos entre 2017 e 2019 do Legislativo. Entre os números, valores de diárias e publicidade. Para este ano, o OS promete lutar pela redução do duodécimo.
A mesma reação
Os movimentos dos Observatórios Sociais são mais ou menos idênticos, focam os mesmos alvos ao fazer fiscalização do dinheiro público. Ao mesmo tempo a reação dos vereadores fiscalizados em todas as cidades onde há “Observatório” é a mesma: questionam por que o foco é a fiscalização de cerca de cinco por cento do orçamento do município enquanto os outros 95 por cento – que são do Executivo – não tem a mesma vigilância.
Partido do governador
O PSL de Morro da Fumaça já começou dividido desde o seu início, nos tempos em que Bolsonaro e Moisés eram do “mesmo time”. E apesar das duas alas que se apresentavam, o partido não deve prosperar a tempo de disputar a eleição municipal deste ano em Morro da Fumaça. Isso porque faltaria “alinhamento” com quem comanda hoje o PSL no Estado, o deputado federal Fabio Schiochet.
Pela Câmara
Ficou adiada minha conversa com o novo presidente da Câmara de Vereadores. Já tratei preliminarmente com o vereador Alison Félix Bertan um bate papo para o início da semana que vem. Assim como foi com o prefeito, pretendo colher do chefe do Legislativo a impressão sobre o que deve ser o ano político de 2020.
Me parece óbvio
Sobre as observações da coluna da semana passada, quando priorizei minhas percepções em relação à conversa com o prefeito Noi Coral, repercutiu mais o fato dele ter revelado que se em 2019 a relação com o Legislativo não foi dos melhores, 2020 não deve ser diferente, podendo ser até ainda mais difícil.
A mim, entretanto, nenhuma surpresa. Afinal, ele não tem maioria na Câmara, por isso as relações de 2019 não me parecem coisa de outro mundo. Já em relação a 2020, devemos lembrar de que se trata de um ano de eleições. Ou alguém imagina lua de mel entre adversários políticos num ano eleitoral?
No Rádio
Eu estou todos os dias, de 7h às 10h no Programa João Paulo Messer, na rádio Eldorado AM 570 e FM 89,5, com estas e outras informações.