DANIELA NIERO / ASSESSORIA
Área funcional do cérebro da paciente de 36 anos com tumor cerebral foi preservada na cirurgia de alta complexidade.
Os médicos neurocirurgiões do Hospital São João Batista realizaram, com sucesso, a primeira neurocirurgia para ressecção (extração) de tumor cerebral, com a paciente acordada. Durante três horas uma equipe formada por sete profissionais, sendo três neurocirurgiões, um neurofisiologista, um anestesista, uma enfermeira e um técnico de enfermagem, trabalhou na cirurgia de alta complexidade, realizando a localização precisa e remoção do tumor cerebral com segurança, preservando a área funcional do cérebro. Hoje Denise Barbosa de Sousa Merencio, de 36 anos, teve alta.
“Ela chegou ao consultório apresentando queixas de cefaléia, tontura e crise convulsiva com diagnóstico de tumor cerebral. A lesão localizava-se na região temporal esquerda adjacente a área de Wernicke (zona do cérebro responsável pela compreensão da linguagem escrita e falada). A opção pela cirurgia com a paciente acordada ocorreu devido ao elevado risco de lesão na área da linguagem e sequelas irreversíveis, que determinariam limitações nas atividades diárias, fazendo com que ela ficasse incapaz de reconhecer as palavras e de agrupá-las para formar um pensamento coerente”, explica o neurocirurgião André Nesi.
Com a paciente acordada durante toda a cirurgia, foi utilizado um neuro estimulador sobre o cérebro para demarcar a área da fala, e realizados testes simples de linguagem pelo neurofisiologista que mantinha a paciente conversando do início ao final do procedimento.
“A localização precisa do tumor foi realizada com auxílio da neuro navegação, importante equipamento tecnológico que nos permite, junto com a monitorização neurofisiológica, realizar a ressecção completa da lesão sem causar sequelas na paciente”, observa o neurocirurgião Carlos Fernando Moreira.
“Eu tinha que lutar pela minha filha”
Ao sair do Centro Cirúrgico, Denise que é moradora do bairro Santa Líbera, em Forquilhinha, gritava de felicidade. Foi com este ânimo e disposição que ela foi levada para a UTI. “Fiquei triste e chorei quando descobri, mas foi só um dia. Minha filha Isabela, de seis anos, é muito nova e precisa de mim. A cirurgia foi maravilhosa. Não tenho motivos para chorar, apenas comemorar!”, descreveu.
Alta complexidade
Para a diretora geral do HSJB, Mariana Rothlisberger, a realização deste procedimento demonstra o aumento da qualidade dos serviços de saúde em Criciúma. “Queremos cada vez mais que a população se sinta segura e confie na nossa estrutura para a realização de procedimentos complexos. Trabalhamos hoje para que as pessoas encontrem aqui no HSJB as mesmas condições de tratamento que existem nos grandes centros de saúde do País”.