Gabriela Recco

Os Estados Unidos estão enfrentando uma onda de frio intenso nos últimos dias. As baixas temperaturas já provocaram a morte de 57 pessoas. Dois fumacenses que residem no país relatam como tem sido a experiência de encarar temperaturas de -23Cº. O jornalista Fernando Militão mora em Massachusetts, na região de Boston, com a esposa e o filho.

“Aqui sentimos o frio, mas bem pouco, porque tudo é muito bem-preparado. Recebemos alertas meteorológicos pelos meios de comunicação. Mesmo assim ficamos com medo, porque o frio é muito intenso. As estradas foram cobertas com sal antes das temperaturas baixarem para evitar o congelamento”, explica.

A fumacense Jaqueliny Vieira Ignacio mora com o marido e o pai em Maryland, próximo a Washington DC, há cinco anos. “Chegamos a sensação térmica de -23Cº, e ficamos nove horas sem energia na sexta-feira (23). Quando voltou, nosso ar estragou e tivemos que dormir três dias no gelado, porque não tínhamos aquecedor”, conta.

Ela explica que todos precisavam usar jaqueta dentro de casa para suportar o frio. “Só não foi pior, porque todas as paredes das casas aqui que dão para o lado de fora tem isolamento térmico. Somente ontem conseguiram consertar o ar do nosso condomínio. A situação foi bem crítica, vários lugares pedindo que as pessoas não fossem para a rua por ser muito frio. Tenho um cachorrinho e preciso levar ele na rua. Por cinco minutos você já não sente mais os dedos das mãos e pés. O rosto arde”, relata Jaqueliny.

Ela conta que a maior dificuldade encontrada foi ter que ficar em casa e sempre com muita roupa. “E quando chega no carro tem que tirar tudo por causa do calor. Você acaba ficando no quente e frio todo o tempo, e ficando doente. Por sorte estamos de férias. Meu pai embarcou hoje para o Brasil e nós estamos enfrentando um caminho de 19 horas indo para a Flórida de carro a procura do calor”, acrescenta.