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ESPECIAL: Faça as pazes com seu corpo e seja feliz

ESPECIAL: Faça as pazes com seu corpo e seja feliz
Gabriela Recco / Foto: Pexels

Na terceira matéria do Especial: Os impactos da pressão estética sobre a autoestima das mulheres, a psicóloga Mayra Carla Epifânio relata o medo de se posicionar e da aceitação do corpo.

Insegura na hora de fazer amizade por não se achar bonita esteticamente, Mayra conta que atendeu uma adolescente obcecada pelos corpos bonitos de celebridades nas redes sociais. “A adolescente se queixava porque queria um corpo perfeito, queria mudar o seu. Era insegura. Fomos trabalhando sobre questões do corpo dela, e ao longo do tempo, por vontade própria, ela parou de seguir esses tipos de perfis na internet”.

Outro atendimento, também com adolescente, era com as críticas por ser muito magra. “Ela não se importava com seu corpo, pelo contrário, gostava de ser magra e não queria mudar essa imagem. Porém, se sentia incomodada com os comentários das pessoas. Sofria bullying na escola e desde a infância ouvia comentários sobre sua magreza e outras ofensas”, relata.

Toda essa insegurança causa transtornos psicológicos, muitas vezes problemas seríssimos. “Observo nas conversas até o comportamento. Quando elas chegam no consultório, a posição de sentar é diferente, a voz é mais tremula ou baixinha, as mãos sempre apertando uma na outra. Ficam como se fossem acuadas”, relata.

Mas, afinal, existe um corpo perfeito?

“A resposta para essa pergunta é não! O que existe é um padrão ou um ideal imposto pela sociedade de que para você se encaixar nesse “padrão”, você precisa ter determinado peso, determinada medida e determinada altura”, coloca a psicóloga.

Mayra cita que desde a infância escutamos que precisamos cuidar para não ter ganho de peso ou comer um pouco mais para ser saudável. “Porém essa cobrança vai mudando conforme vamos crescendo e passa do saudável para o “ideal” de corpo a ser alcançado”, destaca.

A crença de que para sermos aceitos pelo outro, precisamos nos enquadrar nos requisitos impostos vai sendo reforçada e quando percebemos, já não estamos buscando mudar o corpo por nós mesmos, e sim, pelo outro.

“É então que mesmo perdendo peso ou mudando esteticamente a pessoa ainda sente que é insuficiente e essa busca pelo ideal continua. A pessoa não consegue enxergar a sua imagem real de como está, justamente porque não mudou por ela, está tentando mudar com base naquilo que ela aprendeu que era o perfeito, e não o que lhe faz bem”, pontua Mayra.

Faça as pazes com seu corpo e seja feliz

Essa busca incessante pode trazer prejuízos significativos para a pessoa, como ansiedade, estresse, depressão, baixa autoestima, vigorexia que é a preocupação constante em não ser suficientemente musculoso, além dos transtornos alimentares como anorexia, bulimia e compulsão alimentar.

“A psicoterapia ajuda muito a trabalhar na identificação dos pensamentos e os significados que a pessoa atribuí a eles com relação ao ideal de corpo. Trabalha na modificação de pensamentos, buscando pensamentos mais saudáveis e funcionais. Além de trabalhar a autoestima, a autoaceitação e o amor-próprio”, explica a profissional.

É importante você fazer as pazes com seu corpo, olhar com carinho para a imagem que você vê no espelho. “Não há problema algum em querer mudar algo no seu corpo, desde que seja para você e por você. Para isso, é importante buscar ajuda com profissionais qualificados, para que acima de tudo, sua mudança seja saudável, respeitando o tempo e os limites do seu corpo”, finaliza Mayra.

ESPECIAL: Faça as pazes com seu corpo e seja feliz

Mayra Carla Epifânio, psicóloga.

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