Gabriela Recco
A escola foi criada em Morro da Fumaça no dia 30 de março de 1963, com a denominação Escola Profissional Feminina de Corte e Costura, na gestão do então prefeito Jorge Silva. No início, as mulheres iam para aprender a costurar. De lá para cá, muitas mudanças surgiram, novos cursos apareceram. Novas técnicas, novos métodos de aprendizagem. Prova disso é o curso de datilografia que mudou para curso de informática.
Atualmente a Escola Profissional oferece sete cursos divididos nos períodos vespertino e noturno: corte e costura industrial, corte e costura modinha, informática, pintura em tela, pintura em tecido, crochê e artesanato em geral. São sete professoras e uma zeladora.
Durante a pandemia, o número de alunos ficou em torno de 120 matriculados, mas neste ano, as matrículas encerraram com pouco mais de 170 alunos. A escola é mantida pela prefeitura. “Na matrícula cobramos uma taxa de inscrição, mas só para aqueles que querem colaborar. Esse valor é para pagar algumas despesas diárias e necessitam de urgência”, explica a diretora Dionéia Saviatto Maccari, a Néia como é mais conhecida.
Cursos profissionalizantes e terapia
Seja para aprender uma profissão, seja por um passatempo. Todos os cursos oferecidos pela Escola Profissional capacitam com excelência um profissional para o mercado de trabalho. “Inclusive no curso de corte e costura industrial os alunos são preparados para as facções, é um curso profissionalizante. Recebemos até apoio de facções no município que nos ajudam com material de trabalho. Um apoio muito importante, inclusive”, coloca a diretora. A modinha já é para aquelas que gostam de costurar para si mesma. Aprendem com tecidos mais leves a fazer suas próprias criações.
A Informática abrange mais os adolescentes, destaca Néia. “Nestes últimos anos percebemos uma mudança de clientela. Antes eram mais idosos querendo aprender a modernidade. Agora são mais os jovens que estão vindo, principalmente, estudantes. É uma base de uns 50 alunos no curso”.
Nas aulas de artesanatos em geral, os produtos confeccionados pelas alunas também servem para presentear e comercializar. “Hoje sentimentos falta de um espaço para expor ao público os mais diversos trabalhos de artesanatos feitos aqui, mas sempre atualizamos o Instagram da escola”, explica.
A diretora conta que muitas mulheres procuram as aulas como uma terapia. “Existe uma procura muito grande. Nossa escola tem ajudado muitas pessoas no lado psicológico. Aqui criam laços de amizades, criam seu trabalho, passam o tempo, conversam. Tem médicos inclusive indicando as aulas de pintura como terapia”.
De aluna a diretora
Hoje, diretora há doze anos da instituição, Néia conta que o primeiro contato com a escola foi quando era professora do jardim, que durante muitos anos era anexado a Escola Profissional, em 1995. “Já fui aluna de datilografia e costura ainda quando solteira. Atualmente, também sou professora de pintura em tela. A Escola Profissional para mim é a minha segunda casa. Eu amo o que faço. Amo estar aqui. Não quero que feche nunca”, conta ela emocionada.
Neia acredita que se as pessoas deviam conhecer melhor a Escola Profissional. Muitas até estariam fazendo cursos. “Somos referência na região. Temos muitas pessoas vindo de cidades vizinhas aprender aqui. E são apaixonadas pela escola”.
Neia lembra de um momento marcante. Foi durante uma reunião com o prefeito Noi Coral, assim que assumiu a administração. “Estávamos com receio da escola fechar na época. Uma senhora se levantou, não era moradora do município, disse que amava o curso, que era uma terapia para ela. Deu os parabéns a nossa cidade pela escola profissional e lamentou que o município dela não oferecia uma escola deste nível. Outra também se levantou, e relatou emocionada que o curso a salvou de uma depressão. Até hoje eu choro ao lembrar deste momento”, finaliza.