Gabriela Recco
A secretária da escola Apae, Audiete Sartor Alano, casada e mãe de dois filhos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama em setembro de 2021, aos 54 anos de idade. Mesmo a doença em estágio inicial, Audiete precisou passar pelos tratamentos de quimioterapia e radioterapia, após uma cirurgia de retirada do nódulo.
Todos os anos ela fazia as consultas e exames de rotina, mas durante a pandemia teve que suspender algumas vezes. “Em julho de 2020 marquei uma consulta com a ginecologista, mas meu filho na época estava com Covid-19 e foi desmarcada. Em outubro do mesmo ano, a consulta foi remarcada, mas meu esposo estava com sintomas e, também, foi desmarcada”, lembra.
Um ano após, em julho de 2021, conseguiu realizar a consulta e fazer os exames. “Com os resultados em mãos, minha médica pediu para levar os exames num mastologista e foi visto que eu tinha alguma coisa, mas que poderia ser um nódulo benigno. Para tirar as dúvidas foi feito a biopsia”, explica.
A biopsia ficaria pronta em oito dias, e no quarto dia, o médico ligou para marcar uma nova consulta, relembra Audiete. “E em setembro, tudo começou. O médico fez a solicitação para a cirurgia. Tudo se encaminhou bem, porém, precisei retornar para uma outra cirurgia porque tinha ficado alguma raiz da doença”, conta.
A queda de cabelo
O grande choque viria em seguida na primeira quimioterapia. “Meu mundo desabou. Chorei um monte”, conta. “Voltei para casa tentando compreender toda a situação, e para ter forças e enfrentar o meu caminho, pensei: por que chorar se é esse líquido que vai me salvar e me curar?! É um sentimento confuso que só quem passa é quem sabe”, pontua.
Além do tratamento, outra grande aflição que as mulheres enfrentam é a queda de cabelo, e isso mexe com a autoestima feminina. “Eu sei que minha tristeza também era por causa da queda de cabelo. A médica avisou que em 15 dias isso ia acontecer. Perdi todo o cabelo e me desesperei novamente. Acabei fazendo uma peruca”, relembra.
“Na segunda quimioterapia olhei para aquele líquido e agradeci a Deus. Ainda bem que tem esse tratamento. E dali em diante o meu alto astral mudou. Me deu um ‘up’ na vida. Terminei as quimios e comecei as sessões de radioterapia”.
Fé e gratidão
Hoje, Audiete exibe seus cabelos curtos e estilosos, e um novo olhar para a vida. “O diagnóstico precoce salvou minha vida. Eu peço a todas as mulheres que façam os autoexames, e principalmente, os exames de ultrassom e mamografia. Foi nesses exames a minha descoberta, porque eu não tinha nenhum caroço e nenhum outro sintoma que aparentasse algo errado. Por isso estes exames de imagem são importantes”, coloca.
“Só tenho a agradecer a Deus. Sou uma pessoa de muita fé, e agradeço a Ele por tudo que passei e superei”, comemora Audiete que atualmente faz uso de um comprimido diário (por cinco anos) e a cada três meses retorna ao mastologista e oncologista.