Gabriela Recco

O casal Claudionir e Suellen Klima está trazendo uma novidade para Morro da Fumaça em parceria com a Epagri. Moradores do Bairro Linha Barracão, eles estão fazendo uma experiência com a plantação de lavanda, sendo a primeira propriedade do município que atua nesta cultura.

A engenheira agrônoma e extensionista rural da Epagri, Vera Regina Camargo, conta que existe uma demanda a procura do óleo essencial extraído da planta. “Uma pessoa estava interessada no óleo e precisava de informações técnicas para o cultivo da lavanda em Morro da Fumaça, devido ao clima e ao solo. Também onde conseguir as mudas e agricultores que aceitassem a parceria para começar um projeto”, explica.

“Eu conhecia o casal, são jovens, são inovadores e que buscavam diversificar a propriedade. Fizemos a visita e o convite, que prontamente foi aceito. Hoje já estamos com essa lavoura bonita preparando para o primeiro corte no mês que vem”, destaca Vera.

“O convite foi uma surpresa muito boa. Nós já pretendíamos diversificar nossa propriedade, estávamos, inclusive, já pesquisando qual rumo seguir, e esse convite veio em boa hora. Nós sempre procuramos participar das capacitações e eventos disponibilizados pela Epagri para nos capacitar, e conhecer novas opções para cultivar na nossa região. Buscamos sempre aprender e evoluir. Nessa parceria entramos com a mão de obra e a terra e tem sido uma experiência maravilhosa”, coloca Suellen Klima. As mudas foram plantadas em setembro do ano passado e o primeiro corte precisa ser entre dez e doze meses. Dando certo, depois pode ter dois cortes por ano, explica Vera.

Cultivo

A Lavanda Francesa tem o nome científico de lavandula dentata e é uma herbácea, pertence à família Lamiaceae, nativa do Mediterrâneo, que é a espécie em cultivo na propriedade da família Klima. Uma erva aromática, semiperene, de até 1 m de altura, de folhas lineares estreitas de cor verde-acinzentadas, com margem recortadas flores lilás. “Enquanto Epagri, sabemos que tem experiências em Santa Catarina mais nas regiões de altitude. E aqui está sendo uma novidade”, conta.

A engenheira agrônoma ainda ressalta que a lavanda tem um potencial tanto como uma planta bioativa, para a extração do óleo essencial, como com um potencial ornamental. “Ela é uma planta bonita, com aroma. É utilizada também na culinária”, pontua Vera.

Apesar da produção de lavanda dentata estar em fase experimental na propriedade, o casal tem boas expectativas de negócios. “A área plantada tem em torno de 800m² e foram plantadas 2.000 mudas de lavanda. Com a colheita será possível saber a qualidade do óleo, e, na sequência, será feito o processo de rentabilidade. Por enquanto é uma plantação teste. Tudo é novo para a pessoa interessada no óleo e principalmente para nós”, destaca Suelen. Além das novidades, a família também cultiva uma plantação experimental de amoras, e de uva goethe, além de milho e feijão.

“Antes plantávamos fumo, mas decidimos parar e investir em novas oportunidades para diversificar. A lavanda  tem dado muito certo e com certeza vamos ampliar a produção”, afirma Klima. Além da lavanda, outra erva também está em fase de teste: o alecrim.

“É uma alegria para o município esse plantio, porque tendo um bom resultado, tem a possibilidade de ampliar a produção. Até para outros agricultores. É uma boa alternativa de renda, além de poder ser no futuro, uma visita associada ao turismo rural, como planta ornamental, vender mudas, vender um ramo de corte levar para casa”, acentua Vera. “O município está começando o Conselho Municipal do Turismo/Contur, e busca criar uma rota de turismo rural. E essa família estará nesta rota”, antecipa Vera.

“Acredito que cada vez mais as pessoas estão buscando a natureza. Eu já trabalhei na cidade por muitos anos, e eu sentia que precisava de mais contato com a natureza. As pessoas estão procurando mais tranquilidade, paz, coisas mais simples. Hoje em dia é tudo muito agitado, as pessoas vivem estressadas e na correria”, relata Suellen.

Para futuro a intenção do casal é cultivar flores. “Além do alecrim e lavanda, queremos dar continuidade com rosas, girassol e muitas flores. Tornar a propriedade também um espaço para fotografar e receber visitantes. Temos oportunidade de expandir. As flores trazem tanta coisa boa para a gente. Tem abelhas, joaninhas e é bom admirar os encantos da natureza. Eu cresci vendo meus pais plantando flores, só para paisagismo, e sempre gostei”, finaliza Suellen.