Gabriela Recco
Com uma risada incomparável o Chimba é aquela figura que todo mundo gosta em Morro da Fumaça. Muito querido na cidade e região, o seu Alno Vilson Valencio tem 80 anos de idade. Casado, pai de quatro filhos e avô de sete netos. Mora no bairro Naspolini, e confessa ser um fumacense de coração.
“Eu vim de Jaguaruna, já morei aqui, sai e voltei. Mas agora fico até morrer. Morro da Fumaça é minha vida, minha saúde”, conta ele.
Sua marca registrada é a bicicleta. “Ando de bicicleta há mais ou menos 60 anos. Andar a pé me dói as pernas, de bicicleta não. Tenho uma para andar e trabalhar aqui por perto e outra com marchas, para ir longe, como nos jogos do Criciúma”, revela.
Torcedor fanático pelo Criciúma Esporte Clube, o Chimba não perde jogos do Tigre e já realizou o sonho de entrar de bicicleta no estádio de futebol Heriberto Hulse. “Quando não tem carona eu vou de bicicleta. Se vou ligeiro, chego em uma hora, se vou mais devagar, levo uma hora e meia. Já cheguei a sair daqui 19h, e o jogo era 21h30”. Além do Tigre, Chimba também é torcedor fanático do Vasco. “Sou torcedor do Vasco desde os oitos anos de idade. Mas quando tem jogo dos dois, eu torço para o Criciúma. Tenho a carteirinha do clube e sou fiel ao Tigre”, destaca.
Seja com a camiseta do Criciúma ou do Vasco, quando ele vem com sua bicicleta e o fone de ouvido pelas ruas de Morro da Fumaça, o cumprimento das pessoas é inevitável. “Às vezes tenho até vergonha, porque quando passo é um que grita de um lado, outro que grita do outro comigo. Até as crianças me chamam. Sou amigo de todo mundo. Eu faço amizade muito fácil, seja mulher, homem, jovens e até as crianças”, revela Chimba.
Católico fiel, não perde uma missa nos finais de semana. “Se não vou no sábado, vou no domingo. Acredito muito em Deus, é Ele quem está me dando força”. Em casa, ele conta com algumas imagens santas e antes de dormir faz suas orações todos os dias. “Minha fé é grande pela nossa mãe brasileira: Nossa Senhora de Aparecida. Já fiz pedido para ela e fui atendido. Sou devoto dela. Em outubro estou indo de novo para Aparecida do Norte”.
Aposentado, Chimba esbanja saúde e vitalidade e já passou pela profissão de guarda, de agricultor, mas foi em olaria que ele fez sua história. “Hoje faço uma renda extra cortando grama e roçando terrenos”.
Questionado de como se define, ele foi enfático. “Eu me sinto uma pessoa feliz”, finaliza Chimba, o amigo de todos.