O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou, na última sexta-feira, 18, os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para 2017.
Na seção de educação, os dados do analfabetismo colocam Santa Catarina na segunda posição entre os estados com a menor taxa de analfabetismo no Brasil, para a população com 15 anos ou mais. No total, apenas 2,6% da população adulta ou jovem adulta catarinense não tem essa competência. Na liderança, estão o Rio de Janeiro e o Distrito Federal, com 2,5%.
Assimetrias regionais no Brasil
Uma olhada rápida no mapa nacional, dividido por estados, deixa ver que é principalmente no Norte e no Nordeste que o problema do analfabetismo continua sendo mais grave. Não só a meta de 7% que tinha sido estabelecida para 2017 não foi atingida na maior parte desses estados, como grande parte continua com taxas superiores a 10%. Alagoas é o caso mais grave, com 18,2% de pessoas com 15 ou mais anos sem saber ler.
O analfabetismo continua sendo um dos principais fatos limitando a capacidade das pessoas, das economias e das regiões em conseguir ultrapassar situações de dificuldade financeira. No mais, para quem não sabe ler, quase só resta jogar nos números da sorte para tentar inverter sua situação e deixar a pobreza. E para uma grande parte do Brasil, essa ainda é uma realidade.
Assimetria social
Como seria de esperar, as diferenças sociais que o Brasil continua sofrendo se refletem – e estão muito associadas, também – nas diferenças por raça e por gênero. A pesquisa registrou números de 5% de analfabetos em cidadãos pretos e pardos, contra 2,2% em brancos. Da mesma forma, o analfabetismo nas mulheres é superior, mesmo se a diferença não é tão grande como no caso do fator raça: tem 2,9% de mulheres sem saber ler e apenas 2,3% de homens
Boas perspetivas para Santa Catarina
De acordo com o Globo, a diretora de gestão da rede da Secretaria de Estado da Educação, Marilene Pacheco, afirmou que as autoridades estaduais ainda não estão satisfeitas, apesar de os números poderem ser considerados positivos. A diretora declarou que, apesar da melhoria revelada relativamente a 2016, o Plano Estadual de Educação prevê uma taxa de analfabetismo de apenas 2%. Por isso, continuarão os programas de reforço do tempo que o aluno está na escola, bem como o trabalho específico com as comunidades quilombolas, onde o risco de analfabetismo é superior.
A diretora lembrou também que a probabilidade de as mulheres deixarem a escola antes de terminar é superior, pelos fatores habituais e que todos conhecemos: uma gravidez na adolescência, que depois obriga elas a trabalhar para conseguir renda, ou simplesmente a maior pressão familiar e social para que seja a menina a ajudar na renda para a família.