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Compulsão alimentar e exagero alimentar. Você sabe a diferença?

Compulsão alimentar e exagero alimentar. Você sabe a diferença?

Participação da Psicóloga Mariana Silva Pires Fretta.

Na busca pelo preenchimento do vazio existencial algumas pessoas tendem a obter compensação emocional através dos alimentos e acabam ingerindo quantidades exacerbadas sem mesmo ter necessidade de come-los. O alimento, então, passa a ser combustível para amenizar emoções e dar tranquilidade aos sentimentos em desequilíbrio, criando um ciclo vicioso e resultando na compulsão alimentar.

A fome emocional vem para suprir faltas, sejam elas de emoções positivas, de afeto ou de vontades. Quem sofre de doenças psicológicas como depressão ou ansiedade, tem uma grande propensão ao comer compulsivo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 2,6% da população mundial sofre de Transtorno Compulsivo Alimentar (TCA). O Brasil tem uma das taxas mais altas do mundo, de 4,7%, quase o dobro da média mundial, sendo mais recorrente entre jovens de 14 a 18 anos. Este transtorno traz grandes riscos à saúde física e mental. É bastante comum que pessoas com TCA apresentem comorbidades como depressão, TDAH, aumento do risco de transtornos psiquiátricos em geral e risco de obesidade e sobrepeso.

Um dos maiores aliados no tratamento da compulsão alimentar é o acompanhamento psicológico, afinal, muitas das causas e gatilhos desse transtorno são os aspectos emocionais e psicológicos.

Obesidade é uma doença, em que fatores sociais, psicológicos, genéticos, metabólicos e ambientais estão envolvidos, e não existe um culpado por isso, pois além de terem uma genética que favorece o aumento de peso, essas pessoas possuem modificações comportamentais que aumentam a fome e o desejo de alimentos mais saborosos.

Em algum momento as pessoas exageram na alimentação, como em datas comemorativas e viagens, e isso é normal, diferente da compulsão alimentar.

Uma dieta adequada deve englobar tudo aquilo que faz parte dos seus hábitos alimentares, de maneira saudável e equilibrada, para evitar que a restrição possa causar uma compulsão, onde você sente falta daquele alimento ao restringir e quando volta a ter acesso, consome ele de maneira compulsiva, por isso muitas pessoas engordam novamente.

O conhecimento e a autonomia são fatores importantes para saber escolher dentre as diversas opções do seu dia a dia, as mais adequadas para você, visando principalmente a sua saúde, para melhorar a sua alimentação como um todo, de forma balanceada, para um resultado saudável e consistente.

Lembrem-se de que, no geral, dietas restritivas não são inteligentes e nem necessárias, mas devidas restrições têm aplicabilidade em certos casos.

Se você apresenta muitos episódios de exagero, procure um nutricionista para um planejamento alimentar adequado, e se você apresenta de fato, sintomas de uma compulsão alimentar, como qualquer outra patologia, requer tratamento e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar (psicólogo, nutricionista, psiquiatra).

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