Marciano Bortolin / PMMF
Primeiro vacinado, médico Lucas Bittencout Fernandes, relata experiência. Município já aplicou mais de 32 mil doses.
O dia 19 de janeiro de 2021 entrava para a história de Morro da Fumaça. Naquela manhã, o médico Lucas Bittencourt Fernandes, recebia a primeira dose da vacina contra a Covid-19 do município.
“É emocionante”. A expressão usada por ele na ocasião, continua a mesma um ano depois. “Foi gratificante, uma forma de reconhecimento pelo trabalho empregado no Centro de Triagem durante esse período de pandemia, atendendo casos suspeitos e confirmados”, comenta Fernandes que hoje já está com as três doses do imunizante no organismo.
O médico atende no Centro de Triagem ao Coronavírus desde o início da pandemia, ou seja, dois anos convivendo de perto com o vírus, vendo as complicações e temendo pela própria saúde e de familiares e amigos. “São dois anos de trabalho incessante e muito suor, sem férias, deixando de cuidar de mim mesmo para cuidar do próximo. Vivíamos uma expectativa muito grande pelo surgimento da vacina, já que não existe remédio ou tratamento específico. Já imaginávamos como seria o cenário da pandemia pós-vacinação, com melhora do quadro geral, diminuição do número de internações e óbitos por Covid-19. Ver tudo isso acontecendo é bem satisfatório, pois renova a esperança da pandemia acabar”, salienta.
Um ano de evolução
Drive-thru, vacinação a domicílio, desprendimento dos profissionais da saúde. Estas e muitas outras ações permitiram que Morro da Fumaça avançasse, e siga avançando na vacinação contra a Covid-19 e chegasse a aplicação de mais de 32 mil doses até o momento.
Com duas doses no braço e aguardando pela dose de reforço, o prefeito Noi Coral sempre ressaltou a importância de todos se imunizarem. “É o caminho para sairmos da pandemia, por isso é importante que todos se vacinem. Foi gratificante vermos idosos, adolescentes e agora crianças recebendo os imunizantes. Isso nos faz acreditar em dias melhores”, relata.
Dos profissionais da saúde, aos idosos, chegando aos adolescentes e agora às crianças, muitas foram as fases. “É um trabalho intenso como vem sendo desde o início da pandemia. Aquele foi um momento de gratidão, de agradecermos, pois a vacina veio como esperança para vencermos a pandemia”, fala a secretária do Sistema de Saúde, Marijane Felippe.
Aquela primeira remessa era da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, que teve a autorização da Anvisa dois dias antes. “Lembro daquele momento de emoção e de gratidão pela chegada e aplicação das doses. Iniciamos pelos profissionais do Centro de Triagem, pois eles estão na linha de frente, acolhendo as pessoas. Depois, é claro, avançamos para a comunidade em geral, com ações constantes realizadas pela Secretaria de Saúde, em um trabalho incansável que continua até hoje e vai permanecer até sairmos da pandemia”, ressalta o vice-prefeito, Eduardo Sartor Guollo.
“Muitos esquecem o pânico de antes”
O médico Lucas Bittencourt Fernandes reforça a sua confiança na vacina e que os resultados positivos ele presencia no Centro de Triagem. “Muitos têm uma ideia errada de que, se foi vacinado, não pegará Covid-19, mas esquecem do pânico de antes, quando muitos morreram pela doença, crianças, adultos e idosos. Agora, mesmo estando em um novo pico da doença, é raro atender um paciente com complicações importantes, que necessitem de internação e outros cuidados hospitalares. Os hospitais continuam com leitos disponíveis para casos graves, fato que não acontecia antes da vacinação se iniciar, quando sempre se falava da preocupação pelo fato de todos os leitos de UTI estarem ocupados. Essa nova onda de casos, apesar de vir forte e superar números de doentes do ano passado, não trouxe esse pânico de necessitar de hospital e UTI. As pessoas normalmente ficam com um quadro leve da doença, melhoram em questão de dias. Tudo isso graças à vacina”, finaliza.