GABRIELA RECCO
O Juiz Roque Lopedote, da 2ª Vara da Comarca de Urussanga, negou na tarde desta segunda-feira (11) o pedido de revogação das prisões preventivas de mais três pessoas suspeitas de envolvimento nos crimes investigados pela Operação Hefesto. Elas foram presas na semana passada na segunda fase da operação.
No extenso despacho, o magistrado reconhece a gravidade concreta da conduta dos presos que, segundo ele, colocam em “risco a saúde e a vida de diversas pessoas do Município de Morro da Fumaça e região, denotando um elevado desprezo pelo bem jurídico tutelado”, destaca.
Na sequência ele observa “a enorme dimensão da empreitada criminosa, isso porque, supostamente, há tempo que vem sendo praticada e que atinge um número indeterminado de pessoas e a saúde pública como um todo”, acrescenta.
Lopedote ainda indeferiu o pedido de prisão domiciliar a uma das envolvidas no caso, bem como a aplicação de medidas cautelares em virtude do seu estado de saúde. “Aliás, se é de atendimento médico frequente que a acusada necessita, o Estado concede aos segregados, médico psiquiatra e psicólogo para tratamento de enfermidades psicossomáticas, além de, obviamente, não impedir o consumo de eventuais medicamentos controlados”, grifa o juiz no parecer do Ministério Público Estadual.
OPERAÇÃO HEFESTO
Na primeira fase da Operação Hefesto foram cumpridos mandados de buscas, principalmente, no CTG Herança do Velho Pai, no Bairro Frasson. Foram apreendidos mais de 520kg de carne (em tese de equino e de bovino), drogas (maconha), cinco armas, diversas munições, cheques e dinheiro. Na oportunidade, cinco pessoas foram presas: duas por tráfico de drogas e associação para o tráfico, uma por desacato e duas por crime contra o consumidor (ter em depósito carne imprópria para o consumo para fins comerciais) e associação criminosa.
Nove pessoas foram indiciadas na primeira fase da Operação Hefesto, que investigava crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, receptação, furto de gado, venda de carne de equinos/mula moídos para consumo humano, posse e venda de armas, venda de produto veterinário falsificado e organização criminosa.
SEGUNDA FASE E NOVAS PRISÕES
Na segunda fase da Operação Hefesto, desencadeada nesta semana, sete pessoas foram presas de forma preventiva, sendo que a uma grávida foi concedida prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Outras duas pessoas foram presas em flagrante ainda na operação anterior, realizada no dia 16 de setembro.
O Juiz Roque Lopedote, da 2ª Vara da Comarca de Urussanga, já havia negado na sexta-feira (8) a revogação da prisão de um dos detidos na segunda fase da Operação Hefesto. Na decisão, ele pontua que considerando a gravidade concreta das imputações, a prisão é a “única medida capaz de, nesse momento processual, acautelar a ordem pública”. Além disso, ele retirou o sigilo do processo em 1º grau e do inquérito policial “considerando que a matéria tratada no caso é de ordem pública.