O prefeito de Morro de Fumaça, Noi Coral, estuda encaminhar à Câmara de Vereadores um projeto para redução do seu salário e do vice-prefeito, Eduardo Sartor Guollo. Se fizer isso é óbvio que os vereadores devem segui-los, pois o apelo popular é consequência natural. Percentuais ainda não foram divulgados, mas devem ser definidos após estudos até o final de semana.

A dupla deve estar fazendo todas as leituras de cenário. A experiência empresarial que o prefeito Noi Coral levou à administração pública segue sendo a marca do seu governo. Por isso concordo que o corte é praticamente certo. Desde o início da crise do Coronavírus/Covid-19, ele vem confidenciado aos mais próximos a vontade de fazer essa redução.

Por outro lado, Noi Coral tem polido as suas ações para evitar que elas se pareçam com ações meramente eleitorais. Ele faz um esforço grande para manter-se evidenciando o seu lado gestor e menos ou nada político. Teria, inclusive, insistido a outros prefeitos da Amrec para que esta atitude fosse adotada por todos. Com a queda na arrecadação, e a angústia de muitos setores da sociedade, chegou o momento de avançar.

Para ser coerente com a linha que tenho adotado aqui na coluna, lembro que a administração de Morro da Fumaça, Noi Coral e Eduardo Guollo, se diferencia de anteriores no município e de outras cidades por preservar o modelo de gestão da iniciativa privada na atividade pública. Qualquer um sabe que é melhor administrar no superávit do que no déficit.

Neste momento de crise a redução do próprio salário e suas consequências é, acima de tudo, uma decisão de solidariedade ao contribuinte que irá sofrer duros impactos na economia. Cortar na própria carne significa dar o exemplo na justa medida que este tempo merece.