Saudando os leitores!!!
Coluna de estreia costuma ter pouca ou nenhuma novidade. Pelo menos nada de bombástico, como costumamos alardear no meio jornalístico. Chega-se assim, devagarinho. Tenho 40 anos nesta estrada do jornalismo, mas um novo desafio sempre causa alguma ansiedade. Por aqui, todas as semanas, pretendo levar a minha leitura aos fatos preferencialmente da política, mas também da economia e do cotidiano de maior impacto na cidade.
Obrigado à Gabriela Recco pelo convite.
É bom dizer que colunista não é dono da verdade, por isso sintam-se à vontade para contestar e ponderar, quando julgarem necessário. Mas é verdade que aqui estará a minha opinião (impressão). Imagino seja uma impressão com olhar de águia, ou seja, olhando lá do alto. Tenho a liberdade de escrever o que penso. Respeito opiniões divergentes como espero ter a minha opinião respeitada.
Que tenhamos uma boa relação!!!
Nova política
Morro da Fumaça me chama a atenção por um aspecto peculiar no que diz respeito “a nova política”. O eleitor fumacense, tinha dado mostras de que queria o novo e quase virou o jogo em eleição de cooperativa, mas sentenciou a mudança de fato na eleição municipal de 2016. Mais do que no Estado, onde o eleitor apostou no “chute” escolhendo Carlos Moisés governador, e mais do que a eleição presidencial, onde Bolsonaro ganhou pela onda, Morro da Fumaça fez o novo de fato. E o eleitor só não fez isso no Estado porque não tinha candidato. Se analistas tivessem olhado para Morro da Fumaça dois anos antes, poderiam não ter sido surpreendidos como foram.
Peneira
Os movimentos do Executivo e do Legislativo não me surpreendem em Morro da Fumaça. Nem a aparente oposição sistemática que ouço alguns reclamar. Aos vereadores foi concedido o poder pelo voto assim como ao Executivo. Cada um exerce o seu papel. De quatro em quatro em quatro anos o eleitor também faz a sua escolha. E esta é a hora da peneira. Aliás, os furinhos da peneira estão cada vez menores, ou seja, o eleitor cada vez mais exigente.
Particularidade
Particularmente o atual governo de Morro da Fumaça tem duas grandes diferenças de outras prefeituras. A primeira pode ser a “renovação” que houve com a eleição de um aparente até lá desconhecido da cena partidária. A outra a gente enxerga com “lupa”. Observa-se que cargos estratégicos que em muitos municípios seguem nas mãos de gente que está lá há muitos anos, em MF foram sutil – ou nem tanto – trocados. Noi Coral tem mais gente da sua confiança que colegas prefeitos de outras cidades.
Oposição
A oposição de Morro da Fumaça sofre não só com o desgaste natural de quem está fora do governo, mas porque a principal sigla histórica no município sofre em todo o Estado: o MDB. Nem o PSD está muito melhor. A desarrumação partidária foi tão grande em termos de esteio partidário, que até um grupo que vinha na linha do PR, agora PL, e que promete ser espécie de bola da vez nas próximas eleições de governador, andou saindo do trilho lá atrás.
Na Câmara
A derrota que o governo sofreu nesta semana na Câmara de Vereadores, e que o governo reclama como “mais um prejuízo provocado pelo Legislativo”, vira faca de dois gumes para os vereadores. Se eles não conseguirem explicar bem, se cortam. E olha que ela já vem com alguns ferimentos.
Comunicação
A notícia é que o município sofrerá prejuízo enorme porque o Legislativo rejeitou a simples adesão da prefeitura a um consórcio que faria o Diagnóstico Sócio Ambiental exigido pelo Ministério Público. Sem esta aprovação teria que contratar outros serviços bem mais caros. De novo a prefeitura comunicou bem com o público, enquanto a Câmara tem dificuldade de explicar seus reais motivos, que eu imagino haja.
Anotem
Enquanto Morro da Fumaça não tiver um “Mito” para colocar nas urnas, as rusgas partidárias tendem a consagrar o atual governo. Assim como em algumas cidades em que os prefeitos estão com bons índices de aprovação, resta à oposição não entrar em briga frequente. É como na briga da campanha castelhana: “ou saca para atirar, ou não saca”.
É da nova política
O ex-presidente Lula crescia a cada vez que a oposição batia, o “Mito” Bolsonaro granjeou apoio quando a grande mídia era acusada por ele de bater. Em Criciúma o prefeito Clésio Salvaro instiga adversários quando eles estão quietos e assim há muitos políticos que como massa de pão crescem quando apanham. No Brasil somos da solidariedade aos que apanham. Por isso bater pode ser o pior jogo de uma oposição. Não falo isso de uma cidade, pois esta é a prática da nova política. Há de se pensar nisso. As estratégias dos nossos avôs já não rendem mais o mesmo efeito.
Notem
Esta coluna de estreia veio mais teórica do que prática e com a leitura de quem está chegando. Os dias, os fatos e as ponderações e contestações costumam fazer a gente enxergar cada vez melhor. Acho que é o que pode acontecer. Por isso, senhores leitores, sintam-se à vontade para reagir, se for o caso.
Afinal…
Quando a fumaça não se extingue é porque o fogo sempre arde. Assim é a política de Morro da Fumaça. Instigante e apaixonante, pois não se apaga nunca.
Por fim…
Assim eu vejo as coisas na cidade.
Esta primeira coluna é uma forma de chegada. Na próxima já se pode ir aos pormenores.