O consumo de cannabis tem sido longamente discutido, salientando-se os seus benefícios e também os danos potenciais para a saúde humana.
Ainda que muitos estudos apontem para o lado menos negro da planta, um estudo que reuniu a universidade britânica de Oxford e a universidade canadiana de McGill concluiu que poderá existir, efetivamente, uma relação entre o consumo de maconha e o aumento da probabilidade de sofrer de quadros clínicos depressivos.
Estes estudos compilaram, fundamentalmente, os resultados da pesquisa que internacionalmente tem sido feita ao longo ao tempo para constatarem que o consumo prolongado da cannabis está associado a um maior índice de suicídios entre os jovens e também entre os adultos.
Apesar de estar também comprovado que os adolescentes reduzem o consumo de maconha após a sua legalização, este estudo poderá ser um alerta que leva muitos países a optar pela não legalização da droga.
Em que se baseou este estudo sobre a maconha?
A reunião de onze estudos sobre a cannabis fez com que a amostragem do estudo britânico e canadiano tivesse em mãos uma amostra de 23 mil pessoas, desde o começo da sua adolescência até à idade adulta.
Esta análise da literatura sobre o consumo de maconha demonstrou que o consumo poderá ser um forte causador de quadros depressivos; já que os índices de suicídio entre os consumidores eram significativamente maiores (cerca de 50% maiores) do que entre os não consumidores.
Um dos pontos fracos do estudo, muitas vezes apontado, reside no facto de que as pessoas com tendências depressivas demonstram, também, uma mais intensa procura pelo consumo de drogas, o que pode fazer com que a propensão para o suicídio já existisse anteriormente ao mesmo.
Apesar das claras limitações que o estudo possa apresentar, no entanto, a comunidade científica parece ciente dos seus resultados e acredita que os mesmos são muito válidos e que podem servir de base a novos estudos, para compreender melhor a relação entre as tendências suicidas e o consumo de cannabis.
Agente psicoativo da maconha e a tendência para o suicídio
O consumo de maconha nos dias de hoje não pode ser comparado com aquele que se fazia no passado.
Hoje, a maconha comercializada tende a ter índices muito mais baixos do seu agente psicoativo – o THC – não podendo ser comparado com os níveis presentes nas drogas que circulavam em meados do século XX.
Ainda que o consumo de maconha possa ser responsável pelo aumento da tendência depressiva e, como tal, impulsionadora de posturas suicidas, a verdade é que as sensações descritas pelos consumidores de THC é justamente a de bem-estar e prazer.
Os estudos associam, ainda sem dados que o comprovem, que a tendência negativa advém justamente da incapacidade de atingir estados de calma e bem-estar sem o consumo da droga.
Assim, torna-se importante compreender de que forma o consumo influencia a libertação natural de dopamina no corpo e se existe uma relação entre o consumo e a incapacidade de atingir estados de felicidade sem recorrer ao THC.