Especial

Especial Dia da Mulher: A segurança por conta delas

Especial Dia da Mulher: A segurança por conta delas

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado amanhã, 8 de março, o Morro da Fumaça Notícias apresenta uma série de entrevistas de mulheres que fazem parte do cotidiano da cidade. De segmentos de trabalho diferentes, elas contam suas conquistas e desafios na sociedade.

 

Por Angela Barbara Pereira / Fotos: Gabriela Recco

Com muita garra e determinação as mulheres começam aos poucos a ocupar espaços no mercado de trabalho que até então eram ocupados quase que na sua totalidade pelo sexo masculino.

Ana Cláudia Ferreira de Campos e Camila Vieira Azevedo são exemplos dessas mudanças. Elas fazem parte da corporação da Polícia Militar de Morro da Fumaça, mas para alcançarem seus objetivos elas tiveram que superar vários desafios.

De farmacêutica e bioquímica a PM

Ana Cláudia é natural de Imbituba, formada em Farmácia e Bioquímica pela Unisul, está na Polícia Militar há um ano e 10 meses. “Decidi entrar na PM em 2015, quando vi uma amiga também, farmacêutica, trabalhando como Policial Militar. Logo saiu o edital do concurso e eu deixei o meu trabalho para estudar”, relembra Ana.

Na época em que realizou o concurso a concorrência chegava a 100 candidatos por vaga. “Era preciso dedicação total aos estudos. Passei no primeiro concurso, mas eram apenas 39 vagas para mulher, contra quase 800 vagas masculinas. Como fiquei em 61°, fora do número de vagas, fui chamada só na segunda turma, em 2017”.

Em 2017, Ana passou pelo teste físico, psicológico, de saúde, investigação, social e após preencher todos os requisitos, iniciou o curso de formação em maio daquele mesmo ano. “Sobre a academia, foram quase oito meses de um treinamento exaustivo. Foi o meu maior desafio até hoje. Somos testados a todo o momento, física e psicologicamente. Era uma luta, uma superação e uma vitória a cada dia. Não tinha diferença de tratamento entre homens e mulheres, éramos todos números”, completa Ana.

Resistência da família

A policial conta que em casa houve resistência por parte da família no começo. “Não tive apoio da minha família. Minha mãe achava que essa não era uma profissão para mulheres, que era muito arriscado e queria todo o tempo que eu desistisse do curso de formação”. Mesmo com o aumento de policiais femininas, o preconceito ainda existe. “Ser Policial Feminina foi e é uma luta. É algo relativamente novo na PM e acabamos sofrendo preconceitos tanto na rua, quanto dentro da própria instituição”, comenta Ana.

Para ela, a luta por uma sociedade mais igualitária é diária. “A mulher tem que lutar a cada dia para vencer a si mesma e buscar cada vez mais seu espaço. Os desafios são grandes, mas quanto maior for a nossa resistência, mais fácil será a constituição de uma sociedade mais igualitária”.

Ser PM não estava no planejamento

Camila é natural de Içara, estudou sempre em escola pública e cursou Licenciatura em Matemática na Unesc. A carreira na Polícia Militar não foi planejada. “Costumo dizer a PM me escolheu, porque nunca foi um sonho de infância ou um desejo. Fiz o concurso para ter experiência em concursos e acabei sendo aprovada”, lembra.

Prestes a completar oito anos na Polícia Militar, Camila destaca que trabalhar em um ambiente tipicamente masculino requer força de vontade. “Isso me mostra o quanto somos (nós mulheres) capazes e fortes. É superação mesmo. Alguns colegas são machistas, acho que todo lugar tem, mas na grande maioria somos bem tratadas e há um cuidado de família com muito respeito”.

Para finalizar, Camila ressalta a capacidade de superação das mulheres. “Os desafios que enfrentamos diariamente só nos fazem ainda mais determinadas. A mulher tem um papel fundamental na sociedade, é ela que cuida da casa, é mãe e, muitas vezes, faz tudo isso e ainda trabalha fora. É uma verdadeira demonstração de superação e força”, coloca.

Especial Dia da Mulher: A segurança por conta delas Especial Dia da Mulher: A segurança por conta delas Especial Dia da Mulher: A segurança por conta delas Especial Dia da Mulher: A segurança por conta delas

You must be logged in to post a comment Login

Leave a Reply

Topo