Por Angela Barbara Pereira
O problema da falta de água em Morro da Fumaça não é uma novidade. Ao longo dos anos as dificuldades na distribuição se tornaram rotineiras, especialmente, em épocas de calor intenso e nos bairros mais altos.
A causa desse problema é atribuída a duas situações distintas: falta de investimentos durante anos por parte de empresas responsáveis na distribuição de água e o crescimento do centro da cidade e bairros adjacentes, resultando em um maior consumo de água.
De acordo com o diretor geral do departamento do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto, Samae, engenheiro Rogério Sorato, a empresa vem trabalhando com afinco para resolver essa situação. “Nosso sistema hídrico é muito antigo, faltou investimentos tanto na Estação de Tratamento da Água quanto na parte de distribuição, que trabalha na potência máxima. Desde que assumimos, realizamos a manutenção em mais de 400 locais com vazamentos. Em dias de muito calor, quando acontece esses vazamentos, a falta de água se torna inevitável em especial em bairros mais altos”.
Para se ter uma ideia, o número de perdas de água tratada em virtude dos vazamentos chegava a 40%. “Esse número é preocupante, por isso, estamos fazendo várias melhorias, minimizamos bastante as ocorrências de falta de água no município em relação ao ano passado. Isso com um trabalho de busca e conserto de vazamentos, monitoramento e ajustes de pressões em todo o sistema. Nesse ano o planejamento é de mais investimentos que serão realizados com recursos próprios, buscando minimizar ao máximo os problemas referentes a falta de água”, explica.
“Não temos água suficiente”, afirma engenheiro
De acordo com as informações repassadas pelo diretor geral, os níveis dos reservatórios estão baixos. “Os nossos reservatórios amanhecem cheios, durante o dia, no entanto, o consumo de água é maior do que o que entra. O nível não zera, mas baixa bastante. No fim do dia e durante a noite o consumo diminui e como a ETA trabalha 24 horas, o nível se eleva novamente. Não temos água suficiente que supra a necessidade da cidade”, explica Rogério.
Projetos futuros
A capitação de água é considerada um problema macro, de difícil solução e para que isso seja solucionado projetos estão sendo realizados. “A gente não consegue de uma hora para outra resolver esse problema. Quando assumimos fizemos vários projetos, estamos em fase de licitação de alguns, mas envolvem também outras tratativas, por exemplo, existem conversas com Ministério Público Federal, mineradoras de Morro da Fumaça, como o grupo Votorantim, iniciamos as conversas para poder captar água subterrânea daquela região”.
O engenheiro explica ainda que para isso a mineradora tem que autorizar. “Nós estamos fazendo análises do teor de flúor, contaminantes da água, para saber se é viável. Tem muita água que pode ser captada, essa região tem uma outorga de terra, outorga de água, de minério, a Votorantim precisa ceder isso a prefeitura, o prefeito já fez essa solicitação e é um dos projetos que estamos viabilizando”.
Outro projeto em andamento é a reforma da Estação de Tratamento de Água, ETA, do rio Vargedo. “Precisamos de um plano de segurança d’água. O município precisa de uma estrutura pronta, por isso, os recursos disponíveis do Samae, estão sendo investidos em melhorias. Nosso objetivo é conseguir ter um sistema estabilizado, inclusive, com aumento do reservatório, e continuar o trabalho na capitação de novas fontes de água no município”, finaliza Rogério.
Reservatórios em Morro da Fumaça
O município conta com quatro reservatórios.
*Reservatório Central com 1 milhão 150 mil litros,
*Reservatório no bairro Barracão com 100 mil litros.
*Reservatório Estação Cocal, localizado em Urussanga Baixa com 100 mil litros
*Reservatório de Mina Fluorita com 100 mil litros.