Gabriela Recco
O Sítio Sartor, localizado na Linha Barracão em Morro da Fumaça, cooperado da Cooperativa da Agricultura Familiar Fumacense/Cooper Morro da Fumaça, vem se destacando na região pela produção de mel. Desde que conseguiu o Selo de Inspeção Municipal (SIM), há quase dois anos, os agricultores, José Sartor e o filho, Rodrigo Sartor, vem investindo em capacitação e tecnologia para aprimorar sua produção e o resultado deste empenho está no aumento da demanda pelo mel produzido. Eles são pioneiros na comercialização do mel no município.
“No ano de 2023 vendemos 100% da produção de mel. Por mês, foram envasados de 80 a 100 quilos. Só neste mês de janeiro, vendemos 150 quilos, quase dobramos devido a procura”, comemora Rodrigo.
O mel é comercializado em tamanhos de frascos de bisnagas de 500 e 280 gramas e em potes de 750 e 300 gramas. “Com o selo SIM podemos fazer parcerias com apicultores, também cooperados a Cooper Morro da Fumaça, mantendo uma qualidade diferenciada do mel”, pontua.
Diversificação
Além do mel, o Sítio Sartor produz frutas e hortaliças, e possui uma unidade de produção de doces caseiros. Tudo é comercializado nas feiras em Morro da Fumaça e em Criciúma. “Com as frutas produzimos doces caseiros de goiaba, banana, abóbora com coco, mamão com coco e geleia de morango. Tudo sem conservantes, é só fruta. Nós tentamos produzir aqui o mais natural e saudável possível, buscando de forma afetiva relembrar um doce feito com gostinho de receita das avós. Aproveitamos as frutas que não são comercializadas nas feiras, ou que acabam sobrando e seriam jogadas fora”, explica Sartor.
A propriedade tem o manejo sustentável, buscando produzir produtos limpos e livres de agrotóxicos. Outra fruta que vem ganhando destaque é o morango. São mais de 720 metros quadrados de plantação da fruta, com aproximadamente dois mil plantas, cultivadas em sistema semi hidropônico, protegido em mini túnel. “A demanda do morango também está bem positiva. Estamos vendendo muito bem a fruta que tem um sabor diferenciado”, conta.
Viveiro de mudas
Seguindo no pioneirismo, o Sítio Sartor é a primeira localidade do município a contar com um viveiro de mudas. O local com 210 metros² de extensão já está em funcionamento, com a primeira produção em experiência. No viveiro ocorre a germinação e crescimento de uma variedade de hortaliças como mudas de alface, rúcula, couve folha, repolho, abóbora, cebolinha e salsa.
“Entre 20 e 30 dias é o período que a muda está finalizada para ir ao plantio. Essas primeiras são para usarmos aqui na nossa propriedade. Mas em breve vamos iniciar para a comercialização, pois tem procura de produtores”, explica Sartor.
O agricultor ainda pontua que a iniciativa vai beneficiar a propriedade com redução de custos, já que para adquirir as mudas direto de viveiristas era preciso se deslocar para cidades vizinhas. “Nossa necessidade no campo é muda no período certo e de qualidade. Com a nossa própria produção vamos aumentar a qualidade das hortaliças pois já sabemos quais as variedades se adaptam ao nosso solo e o tempo certo de plantação”, coloca.
Fornecimento de água e tecnologia
A propriedade conta com três fontes de água para a irrigação, dois açudes com fontes naturais protegidas dentro do próprio sítio, sendo que, em um deles a bomba utilizada é elétrica e no outro foi instalada uma bomba ecológica acionada pela própria água por uma roda d’água, funcionando 24h por dia. “Ela abastece um reservatório de 20 mil litros que fica na parte alta do terreno e por gravidade é distribuída para os demais reservatórios que possuem as bombas para as irrigações. E temos a terceira fonte de água que é a captação da água da chuva”, explica Sartor.
No viveiro de mudas a forma de irrigação é por meio de micro aspersão por cima, como se fosse um chuveirinho. No cultivo do morango e em outra área de tomate cereja e vagem a campo, a irrigação é feita por mangueira de gotejo. “São centímetros de espaçamento em cada gota. Todas são anexadas no mesmo reservatório. Tudo é por um controle. Cada plantio tem um registro que ainda hoje faço manualmente, eu controlo o tempo e a quantidade de água para irrigar. Mas o painel já está pronto para a automatização, com sensores e eletroválvulas”, acrescenta.
“Nas laterais da estrutura do viveiro tem calhas que captam a água da chuva, são conduzidas por um cano passando por um pré-filtro chegando num reservatório. Conectada a uma bomba que liga de forma automatizada e irriga as mudas e também, manualmente para irrigar os cultivos a campo”, esclarece. No vídeo a seguir, Rodrigo Sartor, explica o sistema da captação da água da chuva.
Há dois anos o Sítio Sartor conta com a captação de energia solar em sua propriedade. Além de ser ecologicamente sustentável, a solução diminuiu os gastos em energia elétrica.
“Em meio a tudo que fazemos aqui na propriedade a Epagri sempre esteve presente, nos dando suporte, informações, capacitações, para conseguirmos alcançar o melhor resultado possível dentro daquele trabalho que propomos a fazer. Posso dizer que sem a Epagri hoje, para nós, seria muito mais difícil dar continuidade as atividades no Sítio Sartor. É uma instituição que tem o nosso respeito e reconhecimento por tanto que fazem por nós agricultores”, finaliza. Clique aqui e conheça mais sobre o Sítio Sartor.