Educação

Projeto Pé de Meia da Unesc promove educação financeira e fiscal para crianças em Morro da Fumaça

Projeto Pé de Meia da Unesc promove educação financeira e fiscal para crianças em Morro da Fumaça
ASSESSORIA UNESC

Por vezes, falar sobre o dinheiro com os pequenos pode ser complicado. Nesse sentido, o Projeto de Extensão do curso de Ciências Contábeis da Unesc, Pé de Meia, em parceria com o Observatório Social de Morro da Fumaça e a Cermoful Energia, realizou nesta quinta-feira (8/08) uma atividade de cidadania financeira e fiscal para os alunos do quarto ano da Escola  Municipal Zuleima Burigo Guglielmi.

A ação é promovida pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação, Inovação e Extensão (Propiex) da Unesc, por meio da Diretoria de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias. O Pé de Meia é vinculado ao Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), ao programa Informa MEI, ao Programa de Extensão em Gestão Contábil (PEGC), ao Programa de Planejamento e Controle Contábil na Atividade Rural, bem como à cidadania da Receita Federal.

De acordo com o professor do curso de Ciências Contábeis e coordenador do projeto, Manoel Menegali, a iniciativa ainda está em fase de desenvolvimento. “Recentemente, uma reunião de planejamento foi realizada para definir os critérios e métodos de aplicação do projeto, na qual foi apresentado um esboço do calendário de atividades, que incluem as datas das oficinas e a discussão sobre a criação de uma cartilha”, explicou.

“As atividades  incluem a criação de materiais de divulgação, realização de reuniões, debates e eventos para identificar as necessidades do público-alvo, além de capacitar a comunidade acadêmica, técnicos e voluntários. A iniciativa também oferece cursos e oficinas sobre educação fiscal e financeira e de finanças pessoais para crianças e adolescentes, além da elaboração de materiais didáticos”, acrescentou o coordenador.

Fiscais mirins da merenda escolar

A importância de abordar a educação financeira nas escolas é destacada, pois isso permite que os alunos aprendam a planejar e controlar os gastos desde cedo. “O programa possui uma área dedicada que  aborda a educação tributária. O objetivo é fazer com que os alunos compreendam o processo de contribuição de impostos e aprendam a valorizar o patrimônio da escola”,  acrescentou Menegali.

O  projeto atende uma turma no período da manhã e outra no período da tarde. Por meio de um teatro e de forma lúdica é abordado a questão tributária com as crianças. Durante a atividade, os alunos encenaram uma história narrada pelas acadêmicas do curso de Ciências Contábeis, Angélica Silva Almeida e do curso de Pedagogia, Thalia Del Ponti Garcia, ambas bolsistas do projeto.

Na sala de aula, foram criados espaços demarcados com placas que indicavam departamentos como caixa de mercado, setor de compras, licitações, prefeitura e escola.

“Os alunos participaram ativamente, como se fossem atores, e interpretaram famílias no mercado. A atividade visa ensinar as crianças sobre o impacto tributário das compras cotidianas. Durante a dinâmica, os alunos são incentivados a simular a compra de produtos, onde repetem frases informativas e entendem a razão do pagamento de impostos”, citou Angélica.

Conforme a professora do curso de Ciências Contábeis, Carolina Citadin, a abordagem  interativa ajuda a explicar como cada produto adquirido pela família representada carrega um valor tributário. “Eles acompanham o trajeto do imposto desde o momento da compra até a aplicação final, como, por exemplo, no financiamento da merenda escolar e como esses recursos são redistribuídos para financiar serviços essenciais”, relatou.

“Um dos personagens foi o ‘Lupinha’, símbolo do Observatório Social de Morro da Fumaça e protagonista da dinâmica, encarregado de fiscalizar o processo de distribuição da merenda escolar na escola e a validade dos produtos”, acrescentou.

Para a bolsista do projeto e acadêmica do curso de Pedagogia, Thalia Del Ponti, o programa proporcionou uma experiência enriquecedora e inédita. “Participar dessas dinâmicas ampliam significativamente meus conhecimentos para o futuro. Os aprendizados adquiridos serão, sem dúvida, aplicados em sala de aula com meus  futuros alunos”, expressou.

Observatório Social

O Observatório Social de Morro da Fumaça, em parceria com o curso de Ciências Contábeis da Unesc, desenvolve um projeto de conscientização fiscal e financeira para estudantes do Ensino Fundamental. Essa iniciativa faz parte da linha de extensão voltada para a organização e o fortalecimento de movimentos sociais e populares, incluindo Organizações Não Governamentais (ONG) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

Conforme Menegali, os observatórios sociais são entidades independentes que monitoram a execução de programas públicos, verificam se os materiais e recursos utilizados correspondem ao que foi aprovado nos editais e se as escolas cumprem as normas estabelecidas. “O objetivo é promover a transparência e garantir que as crianças se tornem cidadãs críticas e agentes de transformação nas famílias, escolas e comunidades”, salientou.

O projeto se alinha a quatro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 1 (Erradicação da Pobreza), ODS 4 (Educação de Qualidade), ODS 5 (Igualdade de Gênero) e ODS 10 (Redução das Desigualdades), com o intuito de promover uma educação mais inclusiva e reduzir as desigualdades econômicas e sociais​.

Extensão universitária e seleção de projetos

Programas de Extensão são iniciativas acadêmicas que visam atuar diretamente na sociedade. Eles combinam Ensino, Pesquisa e Extensão em ações contínuas e educativas, sociais, culturais, científicas ou tecnológicas. Cada programa tem um objetivo específico e um prazo para ser realizado.

De acordo com a assessora da Diretoria de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, Carla Cristina Casagrande Monteiro, a seleção dos projetos de Extensão ocorre em quatro áreas do conhecimento: Ciências e Tecnologias, Sociais Aplicadas, Humanidades, Ciências e Educação (HCE) e Ciências da Saúde (SAU).

“Os professores submetem os projetos ao edital, que oferece 12 vagas por área. Após a aprovação, os docentes desenvolvem as atividades práticas em conjunto com discentes bolsistas”, citou Cristina. “Neste segundo semestre serão visitados 48 projetos do edital em ação, e avaliado o desenvolvimento e impacto dessas iniciativas”, acrescentou.

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