Gabriela Recco
Morro da Fumaça tem se tornado destino recorrente para muitos brasileiros de outros Estados e até estrangeiros. Com esperança de trabalho e qualidade de vida, a cidade conhecida por gerar oportunidades é repleta de um povo acolhedor e se transformou nos últimos anos sinônimo de estabilização para as famílias.
Há quase 12 anos o casal Hebert Monte Silva e Rose Mary Rodrigues de Sousa trocou a cidade de Outeiro, uma ilha de Belém, no Pará, para morar em Morro da Fumaça. Durante este tempo na cidade fumacense eles já conquistaram independência financeira, abriram a própria empresa e fizeram muitos amigos. Além, claro, de trazer muitos outros conterrâneos com o sucesso conquistado aqui.
“A Rose queria muito vim para perto do filho que morava aqui na época. Viemos com o pensamento que, se desse certo ficaríamos, senão voltaríamos para nossa cidade. E deu certo”, destaca Silva que logo ganhou o apelido de “Ceará” pelos amigos fumacenses. “Assim que completou 18 anos, incentivei meu filho a vir morar aqui para estudar e ter um futuro melhor. Como minha prima, que é madrinha dele estava aqui, foi mais fácil. Hoje ele mora fora do Brasil”, conta Rose.
Ceará conta que trabalhava como encarregado de produção em Belém. “Cheguei aqui em dezembro de 2012 sem conhecer nada e no início de janeiro de 2013 comecei a trabalhar numa empresa de vidros”, lembra. Ceará permaneceu na empresa até o início da pandemia da Covid-19 e meses depois já abriu seu próprio CNPJ. “Tenho uma vidraçaria aqui em casa mesmo. Comecei sozinho e hoje tenho dois colaboradores para conseguir atender os pedidos”, pontua.
O casal mora atualmente no Bairro Bortolatto, numa casa alugada. “Já tivemos casa própria e vendi para meu irmão. Futuramente vamos construir nossa casa e uma sala comercial num terreno que compramos aqui perto”, enfatiza ele.
Família
Depois de um ano estabilizados em Morro da Fumaça, a filha mais nova Juliana Darc Ribeiro dos Santos, também veio para cidade. Estudou, se formou em Educação Física, e hoje trabalha como instrutora e Personal Trainer numa academia, além de atender empresas com Ginástica Laboral. “Meu propósito aqui era fazer a faculdade e voltar para o Pará. Mas acabei gostando tanto daqui e fui ficando. Meu primeiro emprego foi numa fábrica de confecção e o primeiro salário já foi para pagar a faculdade”, coloca Juliana.
Trabalho, segurança e saúde chamaram a atenção da jovem na cidade fumacense. “Lá onde morávamos como era uma cidade muito grande, não tinha segurança. Na área da saúde, tínhamos que ficar um dia e meio numa fila para atendimento. Aqui não, aqui é rápido, inclusive, os exames. A estrutura da cidade nos motiva a ficar aqui. O respeito com o próximo também é diferente”, destaca ela.
“Sabemos que as coisas mudaram um pouco com relação a segurança de quando chegamos, mesmo assim aqui ainda é melhor de onde viemos”, completa Rose.
O irmão de Hebert também veio em busca de novas oportunidades e recentemente, chegou mais um membro, um sobrinho. “Minha mãe tem vontade de vim morar aqui, ela já veio passear e gostou, mas meu pai não quer”, conta Ceará. “Tenho amigos que estão sempre me perguntando sobre empregos em Morro da Fumaça”, acrescenta Juliana.
Adaptação
A adaptação ao clima foi o que mais dificultou a família paraense. “O primeiro inverno que enfrentamos foi um dos mais fortes que teve aqui no sul. A Rose precisou voltar para o Pará, e foi aos poucos foi se adaptando ao frio daqui”, recorda Hebert.
Amizades
Muito comunicativo, não demorou para que Ceará conquistasse amigos em Morro da Fumaça. “Hoje duas coisas fazem eu ser conhecido aqui: futebol e o bar. Gosto muito de jogar bola com os amigos, e o bar é sempre para relaxar um pouco e bater um papo”, diz. “Nós gostamos muito de sair em jantares dançantes com os amigos fumacenses. É bem divertido”, completa Rose.
Sobre voltar para terra natal, não há pretensões segundo Ceará. “Gostamos de Morro da Fumaça, é muito bom aqui. Um povo acolhedor. Teve muita gente que nos ajudou quando chegamos aqui e só temos a agradecer”.