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Na semana de São Roque, uma história de amor e fé

Na semana de São Roque, uma história de amor e fé

“Ele tem uma das três piores doenças. Se tiver cura levando para um outro centro médico eu libero, caso contrário nem adiantar ir”. Essa foi a frase dita pelo então médico já falecido, Laerson Nicoleit, naquela terça-feira, 14 de agosto de 1979, à senhora Aldeti Pagnan Sartor sobre o estado de saúde do seu filho Ederson Pagnan Sartor quando tinha apenas 1 ano e 10 meses de idade.

Enquanto acontecia a missa da antevéspera do Dia de São Roque, Padroeiro de Morro da Fumaça, às 18h daquele mesmo dia o médico liberou a transferência. Juntamente com os irmãos e cunhado, Aldeti partia para Florianópolis em busca de um novo tratamento para o pequeno Edinho, como é mais conhecido.

Dali em diante dava início a uma luta contra a leucemia do terceiro, dos quatro filhos do casal Claudeci Sartor e Aldeti Pagnan Sartor. No início, apenas a fé em Deus a mantinha forte para crer na cura do filho. “Lembro que assim que chegamos encontramos outras crianças na mesma situação no hospital. E no mesmo quarto tinha uma mãe que vinha a todo momento dizer que dali não saia ninguém vivo. A minha fé era tão grande que eu logo disse para ela: se o teu filho vai morrer eu não sei, mas o meu não vai, então chega de chorar perto de mim”, relembra.

Os primeiros meses foram de muito sofrimento, mas Aldeti se mantinha firme. “Fiquei direto lá de agosto a novembro. Depois toda semana tinha que voltar sempre às quartas-feiras. E assim foi por anos, até que ele encerrasse o tratamento curado definitivamente”, conta. O tratamento durou até que ele completasse 18 anos de idade.

Devoção por São Roque

Ao sair de Morro da Fumaça naquele 14 de agosto de 1979, Aldeti deixava para trás toda uma comunidade angustiada com o sofrimento da doença do seu filho. De lá para cá, a devoção por São Roque só aumentou. “O São Roque entrou na história porque na época era a festa do padroeiro da cidade. Minha família toda estava na novena e ficaram assustados com a notícia. Desde então participo da procissão no dia 14, e da missa no dia 16, Dia de São Roque”, explica Aldeti. Atualmente ela participa das atividades da igreja e foi catequista até ano passado.

Há uns oito atrás, Aldeti entrou na casa de uma amiga e viu uma imagem do São Roque. “Quando vi a imagem eu abracei tão forte, foi um sentimento inexplicável. Uma sensação de alívio”, recorda. A imagem hoje está na casa de Aldeti, em lugar privilegiado.

Dona Aldeti relembra que no meio do turbilhão que se transformou a vida depois da notícia da doença do filho, só pedia uma coisa a Deus. “Quando o Edinho tinha 5 anos eu pedi a Deus: se for para me tirar um filho que me de outro. Foi quando engravidei do Douglas”.

Passados quase quarenta anos depois, Edinho só tem uma recordação. “Tudo ficou no passado. Só lembro quando brincava com meus primos e eles me chamando de carequinha. Acredito muito na fé da minha mãe”, conta. Em 2004, ele e a esposa foram um dos casais festeiros da Festa de São Roque de Morro da Fumaça.

Jornalista Gabriela Recco

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