Gabriela Recco
A BR-101 está interditada no Morro dos Cavalos, em Palhoça, desde a noite de sábado (13) devido a queda de barreira no local. Um motorista de Morro da Fumaça está preso na rodovia federal desde a tarde de domingo (14). Ele carregou o caminhão de MDF e estava a caminho de Passo de Torres quando encontrou a BR fechada desde o KM229 (sentido Porto Alegre).
Moisés Nunes Cardoso, mais conhecido por “Lindinho”, é morador do Bairro Naspolini e, em entrevista exclusiva ao Portal Morro da Fumaça Notícias contou um pouco das dificuldades encontradas com o imprevisto. “Não é fácil estar aqui nessa situação na fila, sem ter um banheiro para tomar banho e ter que se virar para fazer as necessidades fisiológicas”, conta o motorista.
Apesar da aflição vivida nas últimas 24 horas, ele destaca a solidariedade encontrada. “Ainda tem muita gente boa nesse país. Porque não para de passar pessoas voluntárias dando comida, água. Trouxeram até mesmo uma sopa, muito gostosa por sinal, e depois um risoto”, relata o fumacense.
“Enquanto respondia as perguntas mais três turmas passaram oferecendo lanche e café. Estão nos tratando muito bem. Eles estão na chuva para nos ajudar neste momento. Só tenho a agradecer a Deus por ter essas pessoas do bem. Que Deus abençoe”, completa Cardoso.
A BR-101 segue interditada sem previsão para liberação segundo a Polícia Rodoviária Federal e a Arteris Litoral Sul, concessionária do trecho com pedagiado. O trecho de 900 quilômetros feito em praticamente um dia entre Itapetininga e Passo de Torres não tem prazo para ser concluído. “Até não liberar fico aqui conversando com um amigo, que por Deus parou na minha frente e não sabia que era ele. Já armamos a barraca da cozinha dele, porque está chovendo e ficamos ali conversando e passando o tempo com outros irmãos caminhoneiros”, acrescenta o motorista.
“Também converso com a família pelo WhatsApp para despreocupar, porque não é fácil. Era para eu chegar em casa ontem. O sentimento é de preocupação, porque não para de chover e nesse momento está aumentando. E, claro, a saudade de casa”, finaliza.