A falta de repasse dos medicamentos fornecidos pelo Governo do Estado tem angustiado a população de Morro da Fumaça. Desde janeiro o fornecimento não é feito regularmente, e a situação é a mesma nos demais municípios da região carbonífera. Em 90 dias, apenas 25% dos medicamentos judicializados pelos pacientes foram entregues aos fumacenses.

De acordo com a secretária de saúde, Sonia Rocha, o atraso está criando um caos na saúde da cidade. “Essa responsabilidade é do Estado, e não temos como resolver. Isso já foi tratado nas reuniões do colegiado da saúde da Amrec, e peço ajuda aos nossos vereadores para interceder junto a gerência regional. A população não merece esperar esse tempo todo. É muito sofrimento”, explica.

Atualmente a prefeitura de Morro da Fumaça gasta mensalmente para manter a farmácia básica cerca de R$ 23 mil. No caso dos remédios judicializados, apenas uma paciente deveria receber do Estado dois medicamentos que custam juntos R$ 18 mil. Ela sofre de fibrose pulmonar, e deveria receber tratamento com Bosentana e Suldenafila. O primeiro sai por aproximadamente R$ 10 mil, e o segundo por R$ 8 mil.

A responsável pela farmácia municipal, Driela Florentino, comenta que os pacientes e familiares estão desesperados. “Temos casos de pessoas que fizeram transplante e não estão recebendo a alimentação adequada para utilizar na sonda. Se o município fosse gastar todo o recurso investido em medicamentos na saúde básica em um ano conseguiria manter apenas 60 dias o fornecimento desses remédios de responsabilidade do Estado. É impossível”, argumenta.

Jornalista João Manoel Neto