Gabriela Recco
Na segunda matéria em alusão a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla 2023, que tem como tema: “Conectar e somar para construir inclusão”, o Caesp/Apae de Morro da Fumaça destaca sobre a importância da Estimulação Precoce.
Desde o nascimento até os seis anos de idade ocorre o maior nível de desenvolvimento neurológico do ser humano. Para uma criança que apresenta algum atraso no desenvolvimento global, a intervenção precoce é essencial para a sua evolução.
No Caesp de Morro da Fumaça o público-alvo da Estimulação Precoce são crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, com Atraso Global do Desenvolvimento, indicativos ou Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Atualmente 75% das crianças matriculadas no Centro de Atendimento Especializado, mantido pela APAE de Morro da Fumaça, tem suspeita ou laudo de TEA. Os outros 25% das crianças, possuem diagnóstico de Síndrome de DOWN, Atraso Global do Desenvolvimento ou outras Síndromes raras”, destaca a Diretora do CAESP, Danubia Sartor Recco.
O programa de Estimulação Precoce visa proporcionar um conjunto de ações com objetivo de prevenir, avaliar, intervir e acompanhar o desenvolvimento dessas crianças, a fim de atenuar déficits e possibilitar evoluções significativas no desenvolvimento delas.
As crianças atendidas no Caesp se beneficiam através dos serviços de fisioterapia, psicomotricidade, fonoaudiologia, musicoterapia e estimulação cognitiva, conforme o plano terapêutico individual de cada educando. “Elas também contam com o apoio da equipe multiprofissional composta por psiquiatria, neurologia, psicologia, serviço social, coordenação pedagógica, terapia ocupacional e nutricionista”, pontua a Diretora.
Exemplo de desenvolvimento
A pequena Savanna Nunes Goulart é uma menina com quatro anos de idade que frequenta os atendimentos desde abril de 2022. “Quando iniciou na Estimulação Precoce, a menina apresentava atraso em todas as áreas do desenvolvimento. Não atendia os comandos de ordens simples, não interagia com as pessoas, demonstrava interesses e repertórios restritos e resistência ao novo”, explica a Psicóloga da instituição Karina Fernandes.
A mãe de Savanna, Silvana do Nascimento Nunes, relata sobre o desenvolvimento da filha após um ano e meio de atendimento. “A interação social e o comportamento evoluíram significativamente, bem como a seletividade alimentar. Melhorou a autonomia nos autocuidados, como sentar à mesa para comer, escovar os dentes e fazer uso do banheiro. Na área cognitiva, ela demonstrou maior nível de concentração e funcionalidade no brincar e nas atividades pedagógicas”, enfatiza Silvana.
Encerrando a Estimulação Precoce
A psicóloga explica que próximo aos seis anos de idade, a criança passará por reavaliação e atualização diagnóstica e será desligada do programa de Estimulação Precoce, podendo ser encaminhada para outros serviços educacionais no CAESP, como Atendimento Educacional Especializado (AEE) no contraturno do ensino regular, ou para programas de reabilitação na rede pública ou privada.