GABRIELA RECCO / COM INFORMAÇÕES DA EBC
A psicóloga fumacense Cheila Casagrande, que mora em Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo, revela que o fogo que atingiu a região nos últimos dias é assustador. Neste domingo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, confirmou que duas pessoas foram presas por serem suspeitas de atuar em incêndios criminosos no interior de São Paulo.
“O entorno da cidade é de fazendas de plantação e usinas de cana de açúcar onde está concentrado o fogo. A cidade toda está sob uma nuvem de fumaça e fuligem há três dias. Hoje amanheceu chovendo, já apagaram os focos de incêndio e a fumaça já está se dissipando. Estamos todos ainda assustados, muita sujeira para todo lado”, conta a fumacense que mora há 20 anos em Ribeirão Preto.
Um decreto do governo do estado de São Paulo declarou 45 cidades em situação de emergência devido à quantidade de incêndios florestais registrados nos últimos dias. O governo federal, por meio dos Ministérios do Meio Ambiente, Defesa e Integração e Desenvolvimento Regional, já disponibilizou apoio e aeronaves das Forças Armadas para combater o fogo e os focos de incêndio.
“Todas as atividades físicas ao ar livre foram suspensas por um decreto municipal por dois dias, e o prefeito já suspendeu as aulas municipais nesta segunda-feira (26). Sentimos ardência nos olhos, garganta e alguns tem dificuldade para respirar. Principalmente, crianças e idosos. Usamos umidificador, inalador e bebemos muita água. Estamos seguindo orientações encaminhados pelo hospital”, conta.
“Não parei de trabalhar, porque trabalho no consultório, mas meu marido trabalha ao ar livre e precisou suspender as aulas de tênis. Mas dentro de casa, ficamos com aquela sensação com o cheiro de fumaça. Ontem foi insuportável, é como se aquilo estivesse entrando em todos os lugares. Ligamos ventiladores e colocamos toalhas molhadas para tentar amenizar. A umidade do ar fica abaixo de 20%, então tudo fica seco e com dificuldade de respirar”, ressalta Cheila.
Neste fim de semana, cidades do estado de São Paulo foram tomadas por uma névoa de poluição e fuligem. Rodovias foram bloqueadas, voos cancelados e atividades esportivas adiadas. “Sexta-feira e sábado teve tempestade de vento e areia, por isso o fogo tomou proporção gigantescas. É a primeira vez que passo por isso em todos esses anos que moro aqui. Durou dois, três dias, mas graças a Deus tudo isso passou”, finaliza a fumacense.