Gabriela Recco / Foto: Agência Brasil
O trabalho de atendimento e conscientização das Secretarias de Educação e Saúde, juntamente com o Centro de Atendimento Especializado (CAESP) Bem Me Quer/Apae, em Morro de Fumaça, vem trazendo retorno positivo em relação ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no município.
Hoje, 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, e a campanha nacional traz o tema “Valorize as capacidades e respeite os limites!”, com o objetivo de levar conscientização e aceitação da sociedade em relação às pessoas autistas, valorizando suas capacidades. A cada ano essa causa ganha mais destaque, principalmente, pelo aumento de diagnósticos em crianças, jovens e adultos.
Na rede municipal de ensino de Morro da Fumaça são 70 alunos matriculados com diagnóstico fechado, nível um e dois de suporte. “Nos últimos anos nossos profissionais têm participado de formações para estar identificando sinais de autismo. E a partir das suspeitas do TEA, contamos com o apoio de especialistas da rede municipal de ensino e dos profissionais da secretaria de Saúde onde iniciamos uma investigação e acompanhamento específico, até o atendimento especializado com a Apae. Essa rede de atendimento tem evoluído em Morro da Fumaça”, destaca a Secretária de Educação, Greicy Zaccaron, que também é mãe de autista.
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação social funcional e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesse ou atividades. A causa majoritária é genética (97%) e as demais é ambiental (3%), considerando a idade dos pais, a prematuridade e o baixo peso da criança.
Greicy ainda pontua que os profissionais da educação vêm se conscientizando cada vez mais sobre o Transtorno do Espectro Autista e querendo incluir melhores práticas para os alunos. “Inclusive foi criado um protocolo de avaliação para crianças com suspeita de autismo ou com diagnóstico fechado. Esse protocolo foi coordenado pelas especialistas em educação do município e aplicada nas entrevistas pelas psicopedagogas. O material tornou-se um instrumento muito útil para identificar e oferecer suporte adequado a essas crianças. A iniciativa pode ajudar a melhorar a qualidade de vida delas e de suas famílias. E vale destacar que é extremamente importante a parceria entre família, escola e profissionais terapeutas”, coloca.
O Caesp Bem Me Quer/Apae atende atualmente 31 crianças de zero a cinco anos e onze meses de idade com o diagnóstico de TEA ou em processo avaliativo multiprofissional pela hipótese diagnóstica de TEA. “Quando a família chega na instituição com o encaminhamento da Secretaria da Saúde, logo é agendada a triagem e a criança inicia a fase de avaliação pela equipe multidisciplinar. A partir das conclusões dos terapeutas e consulta médica, é realizada a devolutiva à família, com os devidos encaminhamentos ou matrícula no Programa de Estimulação Precoce de acordo com a necessidade da criança. Para a criança que tem suspeita ou diagnóstico de TEA é muito importante estar frequentando a escola regular”, explica a Diretora do Caesp, Danubia Sartor Recco.
“Acreditamos muito no atendimento especializado como a melhor forma de ajudar no desenvolvimento da criança com o TEA. Temos vários casos aqui no Caesp que provam isso. Aqui a criança recebe atendimento individualizado e as famílias são orientadas e acolhidas com amor e respeito. Nossa parceria com os profissionais da educação e saúde do município tem sido intensificado através das capacitações e reuniões, sempre com o intuito de trocarmos informações e melhorar as intervenções, para que a criança seja incluída da melhor forma na sociedade”, acrescenta Danubia.