Daiana Carvalho / PMMF
Datada em 1973, estrutura derrubada dá espaço a uma nova escola totalmente remodelada e mais ampla.
Com o objetivo de dar segmento ao trabalho de reestruturação e ampliação da EEBM Vicente Guollo, de Morro da Fumaça, na manhã desta terça-feira, 6, foi realizada a demolição da antiga sede da escola. Idealizada em 1973, a unidade de ensino é a primeira escola municipal da cidade. Foi implementada com o objetivo de atender, aproximadamente, 20 alunos em turmas mistas e, atualmente, é responsável pelo atendimento de mais de 470 estudantes.
O crescimento da unidade de ensino e a demanda por melhorias na infraestrutura, após cinco décadas de fundação e pequenas obras de reforma realizadas, gerou a necessidade de uma ampla adequação da estrutura ofertada aos alunos e professores. Com base nisso, desde 2018, o Governo Municipal iniciou trabalho de sensibilização para a construção de uma nova unidade de ensino. “Quando assumimos a Administração realizamos visitas às escolas e identificamos que a Vicente Guollo precisa de intervenções. Solicitamos a elaboração de um projeto arquitetônico e começamos a pleitear por recursos para a viabilização da obra. Felizmente, tivemos êxito e, hoje, a nova escola é uma realidade”, relata o prefeito, Agenor Coral.
Situada ao lado do Ginásio Augustinho Lorenzi Cancelier, em um amplo terreno de mais de 6 mil metros quadrados, a nova Vicente Guollo está sendo construída sem comprometer o andamento das aulas. “O projeto começou a ser executado em partes. Primeiro construímos a ala que abriga nove salas de aula, banheiros, cozinha, refeitório e almoxarifado. Mediante a finalização desta etapa, os estudantes serão transferidos para a nova unidade, para que a obra possa avançar para as etapas três e quatro, na área que corresponde a antiga estrutura”, esclarece a secretária de Educação, Greicy Zaccaron.
Diante da conquista para a comunidade do bairro Naspolini e imediações, o início do ano letivo de 2024 terá um elemento diferenciado visto que os estudantes retornam às aulas em nova sede. “Dá um aperto no coração ver esse importante legado sendo colocado ao chão, mas é algo necessário, para o bem dos alunos. Muita história já se passou por aqui, mas ao mesmo tempo começa uma nova história, com uma estrutura mais ampla e moderna”, destaca a diretora da unidade, Andressa Rufino Kuntz, que há sete anos se dedica à instituição.
O novo edifício da Vicente Guollo compreende em um complexo educacional com 2.500 metros quadrados de área construída. Além da primeira ala, em fase de acabamento, outras duas serão construídas. Com isso a escola passará a ter 13 salas de aulas, biblioteca, sala de especialistas, laboratórios, banheiros, hall de entrada, área recreativa coberta e um parque infantil que será de uso da comunidade. “Está é uma grande conquista para a cidade, resultado do investimento de mais de R$ 7 milhões, provenientes de recursos próprios, somado a valores angariados por meio de emenda parlamentar. Considerando a Escola Biázio Maragno que também foi totalmente reestruturada, está é a segunda escola do município que conseguimos viabilizar novas edificações. Entretanto, todas as unidades de ensino do município receberam reforma e melhoria durante a nossa gestão”, salienta o vice-prefeito, Eduardo Guollo.
A exemplo de muitas obras estruturadas em Morro da Fumaça a EEBM Vicente Guollo nasceu da vontade dos primeiros moradores da cidade que almejavam transformar a realidade em que estavam inseridos. Há 51 anos, capitaneada pela fumacense, Nelza Bortolato Naspolini, uma das primeira professoras e diretora da unidade, nasceu a Escola Municipal do bairro Naspolini. O novo nome que a escola carrega atualmente foi dado apenas em 1996, em homenagem ao pai de Vitalvino Guollo, doador do terreno onde a unidade escolar está instalada.
“Eu e a Gina [Mary Regina Pagnan] começamos com duas turmas, o 1º ano comigo e ela com a turma do 2º e 3º ano. Na época eram multisseriadas as classes. Logo veio o pedido dos pais para ofertar turmas para o 4º ano, porque a única escola que tinha essa turma por ali era a Princesa Isabel e ficava longe. E assim fizemos, foi interessante, porque tempo depois, por conta da greve do estado, acolhemos alguns alunos da Princesa Isabel”, relembra Nelza.
As aulas aconteciam em uma única sala de três metros quadrados com uma pequena cozinha ao lado e um banheiro improvisado na parte de fora. “Me sinto muito feliz por todas que hoje estão lá, trabalhamos muito para ver esse sonho realizado. Lá tem uma equipe muito boa, eles merecem uma escola nova”, celebra a educadora, ao compartilhar alguns dos momentos especiais que viveu durante os 20 anos em que foi responsável pela escola.
“Não me esqueço, da muda de Figueira que plantamos na frente da escola, as crianças subiam e ficavam lá brincando, esperando a hora, pareciam passarinhos nos galhos. Teve um outro dia, que eu estava indo para a escola e caí no rio Linha Torrens. Estava de bicicleta, quando vi o caminhão vindo para cima de mim tive que me jogar. Não me machuquei, fui pra casa tomar banho e voltei de carona, mas o pneu da bicicleta não prestou mais, ficou igual o número oito”, rememora Nelza com um sorriso nostálgico no rosto.
Além de ser um dos pilares educacionais de Morro da Fumaça, a antiga Vicente Guollo, também serviu à população como um local de oração. “Lá rezamos missas e também ocorreu a primeira comunhão de uma turma de 10 crianças mais ou menos”, compartilha Nelza, que desde 1996 desfruta da merecida aposentadoria, após encerrar a carreira de educadora.