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CTG Herança do Velho Pai: 30 anos mantendo a tradição gaúcha em Morro da Fumaça

CTG Herança do Velho Pai: 30 anos mantendo a tradição gaúcha em Morro da Fumaça

O distante ano de 1987 marcaria para sempre a história do tradicionalismo gaúcho em Morro da Fumaça. Era maio, mês de aniversário da cidade, quando foi construído o CTG Herança do Velho Pai. O nome é uma homenagem do filho, o Patrão Osvaldo da Luz, o popular Dado, ao pai, Pedro Maurílio da Luz. Foi ele quem doou as terras para que o sonho virasse realidade com a ajuda de toda a comunidade.

Seu Pedro Maurílio faleceu há mais de 50 anos, mas deixou vivas as marcas da tradição, mesmo que sua morte tenha ocorrido, justamente, devido a uma patada de cavalo na cabeça.  Dado procura conservar o tradicionalismo. “Meu hobby é rodeio. Fui no primeiro rodeio em 1972, com 15 anos, no Morro Grande, em Sangão. Lembro porque foi o primeiro rodeio no litoral. Seu Almerindo Alves, da cidade de Bom Jesus/RS, que trouxe uma tropa de 260 vacas para fazer o rodeio”, se alegra ao relembrar o Patrão Dado.

O 1º Rodeio do CTG

“O primeiro rodeio no CTG Herança do Velho Pai aconteceu no ano de 1987, com total apoio do prefeito à época, Augusto Cancellier. Além dele, o Venicio Frasson (Didi), sendo este o primeiro presidente do CTG, que juntamente com Anselmo Barcelos João montaram a diretoria. A data escolhida foi por estar sempre próxima ao aniversário da cidade, 20 de maio”, explica Dado.

Na próxima semana, de 11 a 14 de maio, a cidade de Morro da Fumaça recebe o 29º Rodeio Nacional Crioulo, no CTG Herança do Velho Pai. “Isso divulga a cidade em todo o Estado de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O CTG já possui duas músicas gravadas com o grupo Fandangaço, de Santa Cruz do Sul”, comemora.

O CTG procura manter a tradição gaúcha na cidade fazendo rodeios, provas de laço, gineteadas, apresentação de invernadas artísticas e bailes.

Dificuldades assustam

No entanto, os tempos áureos dos rodeios parecem estar se perdendo, e as dificuldades assustam quem tem a responsabilidade de organizar um evento deste tamanho. “É difícil sem apoio para manter o parque de eventos. As despesas são altas e a infraestrutura requer muito trabalho. O tradicionalismo também se perdeu um pouco. Queria que voltasse o rodeio antigo. Desde as laçadas até as festas onde tinha aquela amizade, fazendo churrasco debaixo das barracas, cantando e acampando todo mundo junto”, recorda Dado.

A filha Graziela da Luz se diz orgulhosa do pai pela força de vontade, pela paixão por rodeio e não deixa que as dificuldades o façam desistir. “Fazer um rodeio requer muito trabalho e dedicação, e o retorno é quase nada. Hoje fizemos mesmo pelo amor. E mesmo sem apoio, tenho orgulho de levar o nome da nossa cidade por onde vamos”, comenta Graziela.

Em três décadas de história já passaram pelo rodeio de Morro da Fumaça milhares de pessoas. Num certo ano, foram mais de 85 mil apaixonados pelo tradicionalismo vindos de todo Brasil. “Já tivemos quatro edições internacionais, mas como é preciso que sejam mais dias de rodeio, optamos por não fazer mais devido as dificuldades enfrentadas”, lamenta Graziela.

Jornalista Gabriela Recco

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