Saúde

Coração do Futuro: Projeto pioneiro no Brasil entra no terceiro ano de estudo sobre doenças cardiovasculares, em Morro da Fumaça

Coração do Futuro: Projeto pioneiro no Brasil entra no terceiro ano de estudo sobre doenças cardiovasculares, em Morro da Fumaça
Assessoria de Imprensa PMMF / Foto: Gabriela Recco

Mais de 180 pacientes ativos estão sendo atendidos pelo Projeto que é uma iniciativa do Governo Municipal, através da Secretaria da Saúde, em parceria com o médico cardiologista Christian Dal Pont.

Dados do Ministério da Saúde indicam que as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo. O mais intrigante é que muitas dessas doenças podem ser prevenidas por meio de consultas médicas especializadas, exames regulares e hábitos saudáveis de vida.

Com base nesse contexto, o Governo Municipal, através da Secretaria da Saúde, em parceria com o médico cardiologista Christian Dal Pont, lançou o Projeto Coração do Futuro, agora no terceiro ano de estudo científico. Esta iniciativa, pioneira no Brasil, tem como principal objetivo monitorar pacientes com idades entre 40 a 80 anos  sem antecedentes de doenças cardiológicas através de análises laboratoriais e de imagem, consultas cardiológicas e acompanhamento de uma equipe de saúde, visando prevenir doenças relacionadas ao coração.

“Nós temos a convicção que este estudo vai contribuir muito para os pacientes e também para o município a médio e longo prazo. Trabalhando com prevenção vamos evitar o agravamento das doenças cardiológicas que muitas vezes levam o paciente a ter uma vida limitada ou até mesmo ao óbito”, destaca a secretária de saúde Lucelane Antunes, ao evidenciar a importância deste projeto pioneiro.

Para participar, o paciente se inscreve no projeto através do formulário disponível no site do município, para verificar se atende os requisitos necessários exigidos, depois aguardar o chamado da enfermeira do Centro de Especialidades do município e colaboradora do Projeto, Mariana Naspolini.

A profissional de saúde realiza uma anamnese e em seguida o paciente faz o primeiro exame de Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) que fica por uma semana aferindo a pressão arterial. Depois é solicitado exames laboratoriais como hemograma, colesterol entre outros, e os resultados são registrados no prontuário eletrônico próprio do projeto e segue para o quarto passo, o exame de imagem de escore de cálcio, que mede a quantidade de cálcio nas artérias coronárias, um exame imprescindível para diagnosticar doenças graves como infartos e acidente vascular cerebral (AVC).

Com os exames preliminares prontos, o médico que elaborou toda a tese sobre o assunto, o cardiologista Christian Dal Pont, atende o paciente, faz sua análise de estudo, o diagnóstico do caso e intervém com medicação caso necessite e dá outros procedimentos. Atualmente, 181 pacientes ativos estão inscritos e monitorados conforme a necessidade do paciente.

O casal Sebastião e Marinelza Elias, de 68 e 64 anos, respectivamente, de Morro da Fumaça, participa do projeto há mais de um ano. Eles decidiram se juntar ao programa por duas razões: Sebastião enfrentava questões de saúde e a família de Marinelza possui um histórico extenso de doenças cardiovasculares.

Foi graças aos exames proporcionados pelo projeto que Marinelza descobriu sofrer de aterosclerose. “Entrei no projeto devido ao meu histórico familiar. Após a consulta, fiz os exames laboratoriais complementares, que revelaram problemas nas minhas carótidas. Fui prontamente atendida e medicada pelo médico do projeto. Foi uma bênção descobrir a tempo de evitar o agravamento da condição, e agora, graças ao projeto, estou medicada e me sinto muito melhor”, enfatiza Marinelza.

Seu esposo, Sebastião Elias, já enfrentava desafios de saúde. Desde sua participação no projeto, ele desfruta de um acompanhamento mais completo e expressa satisfação com o atendimento. “Estamos recebendo uma assistência médica de excelência e exames específicos de alta qualidade. Só tenho a agradecer, o projeto melhorou significativamente nossa qualidade de vida”, conclui Sebastião com gratidão.

O prefeito municipal, Eduardo Sartor Guollo, diz que o Governo municipal tem a preocupação de trabalhar a saúde de forma preventiva garantindo uma melhor qualidade de vida para os munícipes. “Nós investimos neste projeto por acreditar que a prevenção é a melhor opção para saúde pública de qualidade, pois ajuda identificar de forma mais rápida problemas sérios que além de comprometer a qualidade de vida do cidadão, onera muito o sistema de saúde”, pondera o prefeito.

O médico cardiologista responsável pelo projeto, Christian Dal Pont diz que fazer medicina de precisão e preventiva no ambiente público é uma experiência incrivelmente gratificante. “No contexto público, o impacto é ainda maior porque possibilita que essas práticas avancem além dos tratamentos tradicionais, alcançando uma parte da população que muitas vezes não tem acesso às tecnologias mais avançadas”, explica o médico.

Dal Pont vai além e salienta que o mais importante, talvez, seja a satisfação de saber que esse trabalho tem um impacto real e duradouro em uma grande escala, pois ao identificar e atuar sobre fatores de risco antes que se transformem em doenças graves, é possível evitar tratamentos caros e complexos que exigem longos períodos de internação ou intervenções mais agressivas.

“A redução de gastos com hospitalizações, medicamentos e procedimentos de emergência representa uma economia significativa para os sistemas de saúde, permitindo que esses recursos sejam melhor alocados em outras áreas. Além disso, a prevenção reduz o impacto de doenças crônicas e proporciona um envelhecimento mais saudável. O resultado é uma sociedade mais produtiva, menos ausente no trabalho e com menor sobrecarga dos serviços de saúde, criando um ciclo positivo que beneficia tanto o indivíduo quanto o sistema como um todo “, esclarece o médico.

Para finalizar o vice-prefeito Davi Colonetti Pellegrin relata que o município sempre busca projetos que beneficiam a comunidade. “Este  projeto iniciou com o governo Noi e Eduardo, e estamos dando continuidade por entender a importância da saúde pública de qualidade aos nossos munícipes”, finaliza o vice-prefeito.

Prevenção é a melhor opção

Apesar dos inúmeros programas públicos e campanhas veiculadas na mídia sobre a importância de hábitos de vida saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e visitas ao médico, muitos acabam não levando muito a sério estas questões. Frequentemente, é necessário um diagnóstico médico para que a conscientização ocorra sobre a necessidade de cuidar melhor da sua saúde, como foi o caso do caminhoneiro Cláudio Carvalho, de 56 anos.

Após iniciar o programa “Coração do Futuro”, Carvalho, com o incentivo de  seus colegas de profissão, teve o diagnóstico de problemas nas coronárias. Essa revelação foi o passo decisivo para que melhorasse ainda mais os  hábitos de vida. “Foi no final do ano passado que iniciei no projeto e depois dos exames solicitados pela equipe descobri uma calcificação das coronárias, fui atendido pelo médico, medicado e agora estou diminuindo a ingestão de alimentos gordurosos e tomando outros cuidados”, destaca Carvalho.

O médico Christian Dal pont relata que o bom controle da pressão arterial e o tratamento precoce da Aterosclerose (placas de gorduras na coronária que é vista no exame de escore de cálcio) subclínica são duas ações cruciais para a saúde cardiovascular do paciente, com um impacto significativo na prevenção de complicações graves, como infartos do miocárdio, insuficiência cardíaca e até morte precoce. “O controle adequado da pressão arterial evita a sobrecarga do coração e dos vasos sanguíneos, prevenindo o desenvolvimento de doenças mais graves, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). Por outro lado, o tratamento precoce da Aterosclerose subclínica, quando ainda não há sintomas evidentes, pode evitar que a doença evolua para formas mais severas”, explica Dal Pont.

Outro dado levantado pelo cardiologista é que intervenções precoces, como mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos ou até procedimentos minimamente invasivos, podem impedir que a condição se agrave, reduzindo o risco de eventos cardíacos agudos. “Esse enfoque preventivo tem um impacto direto na saúde do paciente, proporcionando uma vida mais longa e saudável. Ao evitar o avanço dessas condições, os pacientes não só evitam sofrimentos desnecessários, mas também reduziriam os custos com tratamentos emergenciais ou cirúrgicos”, finaliza o médico responsável pelo Projeto Coração do Futuro.

O projeto “Coração do Futuro” de Morro da Fumaça é uma iniciativa pioneira na saúde pública brasileira, que destaca a importância da prevenção como estratégia fundamental. Com um estudo em desenvolvimento, a ser concluído no prazo de cinco anos, em 2027, o projeto promete fornecer dados valiosos para guiar novas iniciativas. Esta abordagem visa não apenas melhorar a qualidade de vida da população, mas também otimizar o uso de recursos em saúde, servindo de modelo para outras regiões.

Como Participar

Para participar do Projeto Coração do Futuro, primeiramente tem que residir há mais de um ano na cidade,  preencher os formulário disponível no site do município e se adequar aos critérios estabelecidos na lista abaixo.

Critérios para poder participar do Projeto Coração do Futuro:

Residir há mais de um ano em Morro da Fumaça;
Idade entre 40 até 80 anos;
Não ter registro de infarto agudo do miocárdio, revascularização miocárdica percutânea ou cirúrgica, AVC ou morte súbita ressuscitada antes do início do estudo.

Os interessados em participar do projeto podem se inscrever através de formulário disponibilizado do site da Prefeitura e precisam também assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.

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