Assessoria de Imprensa Unesc
No Dia Internacional da Mulher, Universidade destaca o protagonismo feminino e sua importância fundamental para a sociedade. São mais de 11 mil mulheres que ajudam no desenvolvimento da Instituição.
“Ser mulher é uma dádiva!” O texto sobre as mulheres que iniciamos aqui, poderia até mesmo terminar com esta afirmação da colaboradora da Unesc, Márcia Trocatti, mas optamos por falar sobre tantos outras qualidades e importância do sexo feminino, que tem as suas conquistas, força, dedicação, paixão e virtudes, destacadas com ainda mais ênfase no Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (08/03).
Aos 52 anos de idade, Marcinha, como é chamada nos corredores da Universidade, sabe bem o quanto as mulheres lutaram para chegar no patamar que se encontram atualmente. “É uma dádiva de Deus. Não sei nem explicar a importância de ser mulher, pois hoje ocupamos vários espaços na sociedade. Antigamente não se podia trabalhar”, conta a auxiliar de governanta, que dedica os seus últimos 12 anos à Unesc.
Marcinha divide os seus dias com diversas mulheres, entre elas, a colega Sandra Regina Damázio, de 48 anos de idade, há oito na Instituição. As duas possuem histórias com semelhanças, mas, sem dúvidas, com lutas individuais.
Márcia começou a trabalhar aos 15 anos; Sandra aos 14. Márcia teve a sorte de nunca sofrer preconceito; Sandra enfrentou algumas dificuldades, mas soube superar. “Decidi casar aos 16 anos e o meu marido me tirou do trabalho, pois dizia que mulher não precisava trabalhar para ele, que tinha que ficar dentro de casa. Depois comecei a trabalhar aos poucos, mas ele nunca aceitou. Quando me separei voltei ‘com tudo’ ao mercado de trabalho e nunca mais parei. Atuava em uma empresa no bairro Pinheirinho e sempre dizia que iria trabalhar na Unesc e há oito anos realizei este sonho”, relata Sandra, que é mãe de quatro filhos.
Outro ponto que as duas têm em comum: o amor pela Unesc. “Todos são tratados iguais na Unesc, independente da função que exercem. Nos sentimos muito valorizadas por meio de um abraço, um elogio ao café que fizemos. Isso não tem preço”, salienta Marcinha.
O sentimento é compartilhado por Sandra. “É satisfatório trabalhar na Unesc. Aqui há muitas mulheres e nós falamos a mesma língua. A Unesc é família, é a nossa casa e agrega muito para as nossas vidas”, enfatiza.
Mais de 11 mil mulheres na Unesc
As mãos de Márcia e Sandra se juntam às outras quase 800 mulheres, entre colaboradoras e professoras na contribuição com o desenvolvimento da Unesc, maior Universidade Comunitária do Sul catarinense.
Além disso, a Unesc possui outras 10,2 mil mulheres distribuídas entre o Colégio, cursos técnicos, de graduação, além de especialização, mestrado, doutorado e pós-graduação. Os números somados ultrapassam mais de 11 mil mulheres, o que representa 59% do universo do campus.
À frente de todo este time, não por acaso, está a reitora Luciane Bisognin Ceretta, primeira mulher a ocupar o cargo nestes 55 anos de história da Universidade. Para ela, estar na função de reitora em seu segundo mandato, eleita democraticamente pela comunidade acadêmica, e automaticamente servindo como espelho para que outras mulheres enxerguem estes espaços como possibilidade em suas carreiras, é mais que um orgulho, é uma importante missão carregada de muitas responsabilidades.
“Busco todos os dias, enquanto reitora, presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) e integrante dos conselhos estadual e nacional de Educação, trabalhar com foco na excelência profissional. Sem superioridade ou inferioridade determinada pelo sexo, honro os espaços nos quais fui designada a ocupar, assim como espero que todos o façam. Costumo dizer que lido com pessoas, seres humanos. É assim que espero que enxerguem a mim e a todas as mulheres: pelo intelecto, pelo que construímos, pelos nossos valores”, salienta.
A luta é diária, mas, conforme ela, vale a pena. “Não nos acovardamos diante de olhares atravessados. Precisamos encarar de frente, entrar em ambientes historicamente masculinos e mostrarmos que podemos e devemos ocupá-los também pelo simples fato de sermos igualmente capazes. Nós, mulheres, não vamos assistir a construções, vamos construir lado a lado”, completa.
Caminho a percorrer
Em um dia tão importante, não só para as mulheres, mas para toda a sociedade, a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão (Propiex), Gisele Coelho Lopes, lembra que, infelizmente, a participação feminina no mundo do trabalho ainda está aquém do ideal. “Existe um preconceito silencioso que muitas vezes não é percebido no campo social e que só percebe quem vive e ocupa lugares de responsabilidade nas organizações. Percebo que é preciso olhar para a mulher como um ser humano, capaz de transformar o próprio meio a partir das competências que acumula ao longo da vida. Precisamos identificar a presença feminina como algo importante que gera equilíbrio nas relações sociais. É necessário enxergar a mulher como uma profissional revestida de competências com conhecimentos, habilidades e atitudes, considerando a sua trajetória, as suas convicções e os seus propósitos. É preciso romper com o preconceito”, destaca.
Ainda conforme Gisele, o homem e a mulher se completam no ambiente de trabalho. “Há ainda um cerceamento da presença feminina no campo organizacional, no campo político, mas precisa ser rompido. A mulher pode transformar o próprio meio, muitas mulheres líderes já fazem isso, mas os bastidores são difíceis. Neste Dia Internacional da Mulher, a reflexão que fica é: a mulher pode e deve estar em qualquer lugar, porque é forte, capaz e um ser humano que tem na sua natureza a sensibilidade revestida de competência e força para provocar rupturas importantes na sociedade”, pontua.
Inspiração
O desenvolvimento da Unesc pelas mãos de uma mulher, a reitora Luciane Bisognin Ceretta, é destacado pela pró-reitora de Ensino (Proen), Graziela Amboni. “Nós vivenciamos aqui na Unesc, um desenvolvimento institucional pujante pelas mãos de uma grande mulher que é nossa reitora Luciane Ceretta. Uma mulher que nos inspira, orgulha e nos estimula sempre a buscarmos o melhor para a sociedade”, diz.
Ainda segundo Graziela, ao longo dos últimos anos, as mulheres têm assumido seu protagonismo, quebrando preconceitos e rótulos sobre suas competências profissionais. “Mas as conquistas não anulam o quanto ainda precisamos evoluir e discutir o assunto liderança. A liderança feminina é um desafio da diversidade de gênero no mundo, por isso, sua representatividade precisa ser acolhida e defendida por todos. É papel do líder, independente do gênero, atentar para os possíveis conflitos entre as pessoas de sua equipe, tratá-los de forma adequada e não jogar os problemas para debaixo do tapete. Por isso que as discussões sobre feminismo são tão importantes para o desenvolvimento do grupo. Um bom líder precisa ter características que podem e devem ser desenvolvidas no processo de liderança, mas de modo geral, precisa saber orientar, motivar, gerir conflitos, manter a equipe sob um mesmo propósito e, sem dúvida, saber ouvir. Funções estas que muitas mulheres fazem com maestria”, aponta.
A coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígena da Unesc (Neabi), professora Normélia Ondina Lalau de Farias, é mais uma das mulheres da Universidade que destaca o quão importante é a data, tendo em vista o espaço de luta e de resistência para ocupar os espaços. “São espaços jamais imaginados pela humanidade anteriormente. Houve uma grande abertura, tanto com relação ao direito ao trabalho, quanto ao respeito à mulher, que ainda falta muito, porque persistem algumas resistências mesmo atualmente. Eu, como mulher negra, sei das resistências que nos acompanham a todo instante, cada dia é uma luta maior, sabemos que precisamos de mais ocupações na política, além de empregos dignos, de acordo com as nossas formações. Felizmente, estamos ocupando novos espaços, não só pelas lutas, mas também por aqueles que buscam ter um olhar diferente do que a sociedade sempre pregou. Agradeço muito por estar em uma Instituição onde vimos algumas ações. Estamos em um local em que mulheres negras estão à frente de projetos e processos, principalmente a partir do momento em que temos uma mulher na gestão, inclusive, à frente de seu tempo, por meio de seu olhar diferenciado”, enfatiza.
Outro espaço ocupado por uma mulher dentro da Unesc, é a presidência da Diretório Central dos Estudantes (DCE). “Ser a primeira mulher presidente do DCE significa muito pra mim. Ao mesmo tempo que é motivo de orgulho, é uma grande responsabilidade. Mulheres devem ocupar os espaços para que sirvam de exemplo para outras. Quando uma mulher cresce, outras crescem junto. Precisamos que as mulheres de gerações futuras entendam que este lugar também é delas. Ocupar este lugar na gestão da nossa reitora Luciane Bisognin Ceretta é ainda mais importante, pois nos traz o diálogo de mulher pra mulher. Uma mulher que representa a magnitude da Universidade e a força feminina”, relata Gabriela Minhos.