Quando falamos em economia familiar, um conceito que está tomando muita relevância atualmente é o de educação financeira, ou seja, formar as pessoas para que possam planejar a administração dos seus ingressos, tomar decisões de poupança e investimento e evitar cair em situações de fraude ou superendividamento, por exemplo.
Acontece que não é suficiente com ter algum salário ou ingressos, é preciso saber como utilizá-los, especialmente em épocas de crise; se a pessoa tomou boas decisões de investimento por exemplo, vai ter maior margem para superar momentos fracos. No caso, a chegada do Covid-19 no mundo, veio prejudicar as finanças pessoais de muitas famílias, que ainda continuam com dificuldades para superar a crise.
Segundo a pesquisa desenvolvida pela Globo “Empréstimos Pessoais e Hábitos dos Consumidores”, a maioria dos brasileiros está com problemas para alcançar uma renda superior do que as suas despesas. De acordo com o levantamento, que foi feito nas cinco regiões do Brasil, 7 em cada 10 pessoas gastam mais do que ganham. 43% dos entrevistados afirmaram ganhar menos dinheiro do que os custos que têm, e 75% deles declararam possuir alguma dívida. O preocupante é que 41% desse grupo manifestou que as suas dívidas estão em atraso, mostrando dificuldades para fazer frente às contas com o salário.
O endividamento familiar bate recorde
O estudo reflete uma realidade que vem se agravando desde o começo da pandemia. Acontece que o desemprego ainda elevado junto com a inflação em permanente alta desde algum tempo vêm afetando o orçamento doméstico.
A cada mês a Confederação Nacional do Comércio (CNC) publica a sua Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Em setembro, os valores registados marcaram um 74% de famílias com dívidas a vencer, um recorde da série histórica iniciada em 2010. A alta em relação ao mês anterior foi de 1,1%, e de 6,8 pontos percentuais se comparado com setembro de 2020. A principal preocupação fica no nível de inadimplência, ou seja, nas contas em atraso. A boa notícia é que esse porcentual desceu 0,1% se comparado com agosto e um ponto abaixo do que os valores registrados em setembro de 2020.
O importante a ser levado em conta é que nem todas as dívidas são ruins. Às vezes até são necessárias e podem trazer importantes benefícios, como por exemplo adquirir um empréstimo para comprar uma casa ou investir num projeto ou empreendimento próprio. O principal é que o crédito seja barato (ou seja com taxas de juros baixas) e que o dinheiro solicitado seja utilizado para melhorar o futuro ou gerar lucro.
Quando falamos em dívidas das famílias, elas incluem cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa. Dentre elas, a dívida ruim é aquela que não traz retorno financeiro nenhum e é cara, como por exemplo o rotativo do cartão de crédito para pagar as contas do dia a dia.